quarta-feira, 29 de setembro de 2010

MEMBROS, OU SERVOS???

“Os membros tem de ser vistos, não como servos, mas como cooperadores. Os dirigentes de congregações e filiais tem de vistos como co-administradores, e não como meros fantoches nas mãos do poder. O modelo de sistema participativo deve ser valorizado e incentivado. A autocracia deve ser substituída pela democracia, na medida do possível. A prestação de contas deve ser considerada uma obrigação sagrada. Cargos devem ser distribuídos pelo merecimento e não por interesse ou amizade. Assim estaremos enterrando definitivamente a igreja-feudo e trazendo à realidade a igreja da Bíblia.” [Cristiano Santana]
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O Pb. Cristiano Santana, em momento de grande inspiração, escreve mais um excelente texto que vale a pena lê-lo por completo. Vale citar que o autor foi muito feliz em sua analogia, ao comparar, ou melhor, equiparar, o modelo de ordem social, econômica e política da Idade Média conhecido como feudalismo, à forma como a igreja da atualidade esta estruturada – especialmente a Assembleia de Deus. Leia e tire suas próprias conclusões.

Maxwel Rocha e Edson Leite
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A TRISTE REALIDADE DAS IGREJAS-FEUDOS
Por Cristiano Santana

Introdução - Em cumprimento ao conteúdo programático do curso de direito, estive lendo o livro "História do Direito Geral e do Brasil", de Flávia Lages de Castro. Nesse estudo acabei relembrando um matéria que estudei no nível médio de ensino, a saber, a consolidação da instituição considerada como símbolo da Idade Média, o feudalismo.

Com a queda do império romano, os germanos que invadiram e Europa formaram um elite de guerreiros e grupos armados que passaram a deter a posse da terra. Os camponeses pobres se viram obrigados a se submeter para garantir a sobrevivência. Somente a posse da terra não bastava aos senhores; eles tinham de defendê-las dos invasores. Mas, para isso, tinham de gastar muito dinheiro com pequenos exércitos. Então surgiu a idéia de repartir as terras entre pessoas que estivessem dispostas a protegê-las. As mesmas ganhariam, em troca, o direito do usufruto da terra. Poderiam morar nela, plantar e criar gado. Juridicamente, o dono da terra era o suserano, e aquele que recebia a incumbência de protegê-la era o vassalo.

Além do suserano e do vassalo, havia a figura do servos. Eles eram não-livres não porque pertencessem a alguém ou porque fossem um bem alienável (porque se assim fosse seriam escravos), mas porque estavam presos à terra e se esta mudasse de mãos por qualquer motivo os servos daquela terra teriam um outro senhor. Eles não poderiam, via de regra, mudar de feudo quando achassem pertinente. Eram eles que faziam o trabalho duro do feudo. Eram explorados, pois tinham de destinar grande parte da produção agrária ao vassalo. Além disso, tinham de pagar pela utilização dos equipamentos do feudo.

É claro que inicialmente eu estava focado no estudo do feudalismo sob o aspecto da história do direito, mas aos poucos, os meus olhos se abriram para algumas similaridades entre o sistema feudal o o sistema de governo de alguns igrejas. Não pude deixar de constatar que algumas igrejas atualmente são uma espécie de feudo moderno. É claro que a comparação pode até parecer inadequada, pois igrejas não são pedaços de terra que precisam ser protegidas de invasores bárbaros. Entretanto, ainda se pode enxergar alguns princípios em comum nos dois sistemas. Vejamos.

A cerimônia de posse do vassalo - Quando recebia a terra, o vassalo colocava a mão sobre o Evangelho e jurava fidelidade ao novo Senhor. Sem armas, o homem, de cabeça descoberta, na maioria dos casos de joelhos, colocava suas mãos juntas nas do seu senhor, que fechava as suas sobre as do vassalo. Lembra bastante a posse de um novo dirigente de congregação ou de filial de igreja. Quando o líder maior não vai, geralmente manda uma comitiva. Normalmente, de uma forma implícita, é declarado nessa cerimônia de posse, que o novo pastor não é o dono daquela congregação ou igreja. O senhor absoluto continua sendo o líder maior da organização.

Obrigação de proteção e sustento ao seu senhor - Quanto à proteção da terra, praticamente não era da conta do senhor da terra. O vassalo tinha de "dar o seu jeito" com o fim de manter a propriedade. Quanto ao sustento, isso sim era do maior interesse do senhor, que cobrava periodicamente ao vassalo, uma parte da produção da terra para o seu sustento. E ai do vassalo se não cumprisse a cota. Corria o risco de perder o seu feudo. É com tristeza que às vezes testemunhamos semelhante tática nos tempos modernos. Os valdomiros, os macedos e, infelizmente, alguns pastores-presidentes costumam explorar seu dirigentes e pastores de filiais com a imposição de metas de arrecadação muitas vezes inalcançáveis. Sugam o máximo que podem e não estão nem um pouco preocupado com o estado da igrejinha. Que se dane o telhado, o piso, os bancos, as condições precárias do banheiro, os necessitados e os doentes. A quantia estipulada mensalmente tem de ser enviada. Dou meus parabéns à segunda Vara do Trabalho de Piracicaba (SP) que condenou a Igreja Universal do Reino de Deus a indenizar, por danos morais em R$ 50 mil, um ex-bispo que afirma ter sido humilhado por não alcançar a meta estipulada pela igreja na arrecadação de contribuições dos fiéis. Essa prática nefasta de sustento milionário dos senhores de igrejas tem de acabar.

O Senhor poderia também retomar o feudo a qualquer momento - Engraçado que, em se tratando de qualquer organização eclesiástica, o líder maior geralmente diz que é a autoridade máxima daquela igreja. E quanto ao dirigente ou pastor de filial? Ele faz questão de dizer "irmãos, eu 'estou' dirigente dessa congregação, pois a qualquer momento posso não ser mais". Vê-se aqui mais uma similaridade com o feudalismo. O suserano podia tomar a terra do vassalo na hora que quisesse. A precariedade da posse da terra era um marca distintiva do feudalismo. Dono mesmo só o suserano. Os outros "estavam" vassalos. Há dirigentes dos quais sinto até pena. São como piões de xadrez que são deslocados de um lado para outro, ao gosto de um jogador desorientado.

O vassalo podia sair, mais os servos tinham de ficar - Como foi dito acima, os servos estavam presos à terra, como meio-escravos, portanto permaneciam nela quando era trocado o vassalo. O mesmo acontece nas igrejas modernas: sai o dirigente, mas ficam as ovelhas. Fico imaginando a apreensão que tomava conta dos servos no momento em que o vassalo era substituído. Acho que eles diziam: "será que esse vai ser mais bonzinho que o outro?" Por acaso não é essa a mesma pergunta que o coitado do membro da igreja costuma fazer, quando muda o dirigente ou pastor? Alguém pode dizer que estou passando dos limites, ao comparar crentes com servos, mas é fato inegável que em muitas igrejas os crentes se comportam como servos mesmos: alienados, cegamente submissos, sem opinião própria, sem nenhuma autonomia. Isso para mim é servilismo.

Quem mandava e fazia as regras era o Senhor do Feudo. Essa é interessante. No dia-a-dia, para o servo comum, na maior parte da Europa, quem mandava e, portanto, fazia as regras era o senhor daquele feudo; entretanto, como este estava subordinado a um senhor, era vassalo dele, tinha obrigações para com este e contra este não poderia ir. Quem detinha a jurisdição, ou seja, quem aplicava a justiça era o senhor feudal. A lei era aquilo que ele achava correto. Cada feudo, portanto, tinha a sua lei. Em resumo, o senhor feudal podia dizer "aqui quem manda sou eu". Nas mãos dele estava o poder da morte e da vida. Por acaso alguns líderes de igreja também não costumam seguir esse modelo? Quem pode se opor àquilo que eles determinam como sendo o certo? Alguns se transformaram em autênticos ditadores que não admitem uma objeção sequer. O estatuto da igrejas para eles é apenas uma exigência legal, mas sem nenhuma aplicabilidade prática na esfera eclesiástica. Exemplo: boa parte dos estatutos prevêem eleições para cargos administrativos da igreja, mas sabemos que essas eleições são de fachada. O dono da igreja continua determinando a hierarquia do poder. Quem ousar falar em escolha democrática arrisca-se a ser apedrejado literalmente.

Conclusão - Bem, esses foram os pontos de ligação que observei entre o sistema feudal o sistema de administração de algumas igrejas. É impressionante como alguns princípios se perpetuam no tempo, mesmo de forma quase imperceptível. Mas tenho fé que, assim como o feudalismo no campo terminou, também as igrejas-feudos sucumbirão sob o processo de conscientização dos cristãos brasileiros.

Para finalizar, já notaram que algumas igrejas, principalmente as assembléias de Deus denominam algumas áreas de atuação de "campo"?. Temos o campo de São Cristovão, o campo de Madureira, o campo da CGADB, o campo de Salvador, etc. As lutas de algumas igrejas pelo direito de instalar congregações em determinadas áreas ficou conhecida como "guerras de campo".

Interessante. "Campo" não lembra "feudo"? Mas Jesus vai desmantelar esses feudos.

Os membros tem de ser vistos, não como servos, mas como cooperadores. Os dirigentes de congregações e filiais tem de vistos como co-administradores, e não como meros fantoches nas mãos do poder. O modelo de sistema participativo deve ser valorizado e incentivado. A autocracia deve ser substituída pela democracia, na medida do possível. A prestação de contas deve ser considerada uma obrigação sagrada. Cargos devem ser distribuídos pelo merecimento e não por interesse ou amizade. Assim estaremos enterrando definitivamente a igreja-feudo e trazendo à realidade a igreja da Bíblia.

Fonte: http://cristisantana.blogspot.com/

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Na Assembleia... de Deus

“A candidata à deputada federal por Araucária, Rosane Ferreira (PV) se reuniu no sábado, dia 14, com representantes da Igreja Assembleia de Deus da cidade. Cerca de 180 pessoas, dentre elas pastores evangelistas e presbíteros de todo o Município, participaram do encontro. Lá, Rosane teve a oportunidade falar aos presentes sobre suas propostas em caso de eleição no dia 3 de outubro. No sábado ela esteve reunida com lideranças do PV na cidade de Matinhos.”



O jornal de Araucária “O Popular” publicou, em sua coluna “Notas Políticas”, no mês de agosto do corrente ano a informação acima. Provavelmente esta notícia foi "plantada" de forma estratégica no jornal. É sabido por aqueles que acompanham um pouquinho mais de perto este período de campanha eleitoral que supostamente alguns pastores da IEADAR estariam apoiando a candidata Rosane Ferreira (PV) em detrimento daqueles candidatos oficiais recomendados pela Convenção Estadual (CIEADEP).
Falando em candidatos oficiais da CIEADEP, dois (2) deles, a cantora candidata a deputada estadual Mara Lima e o pastor candidato a deputado federal Idekazu Takayama estiveram em Araucária em evento organizado por um pastor que coordena a campanha dos referidos candidatos na cidade. O evento segundo comentários reuniu expressivo número de “fiéis eleitores”, no entanto, um pastor da IEDAR fez duras críticas e chegou a chamar o evento de palhaçada e afirmou, em outras palavras, que só esteve presente por questão de “ofício”.
Na prática a coisa é bem diferente do discurso. Muitos, na teoria, se mostram preocupados com os rumos de alguns projetos que tramitam no Congresso Nacional, que do ponto de vista bíblico podem ser considerados imorais, ou que venham a restringir a liberdade religiosa. Chegam propor campanha de oração na igreja. Não estou dizendo aqui que este ou aquele candidato defende este ou aquele projeto, trata-se tão somente de não criar paradoxo entre o discurso e a prática, tornando-se em retórica vazia e sem propósito. Isto é, se de fato temos o desejo de contribuir para que projetos que ferem a moral e os bons costumes não prosperem tornando-se Lei, temos que votar e orientar o voto naqueles candidatos que possuam em seus currículos a marca de cristão verdadeiro.
Voltando ao episódio da candidata Rosane pedindo voto para os crentes da Assembleia de Deus de Araucária, dentro do templo sede, o que seguramente fez com autorização do seu pastor presidente. Ocorre que a propaganda eleitoral no interior das igrejas é expressamente proibida pela legislação eleitoral. Esta proibição vem no sentido de preservar aos que vão à igreja para cultuar a Deus e, no máximo, tratar de assuntos internos da instituição, e não para ouvir ladainha de candidatos, uma vez que muitos pastores não agem com bom censo neste sentido. Inclusive em algumas cidades já existem processos em andamento decorrente de denúncias de desrespeito à esta proibição imposta pela legislação eleitoral.
Que Deus abençoe todos nós.
Edson Leite

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

“BEM AVENTURADOS OS QUE OBSERVAM O DIREITO, QUE PRATICAM A JUSTIÇA EM TODOS OS TEMPOS ”. SALMO 106:3


Agradecemos ao Pb. João Pereira Sobrinho por ter nos enviado mais esta importante informação.


Boa leitura


Edson Leite.

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A IGREJA E O CUIDADO COM AS INFRAÇÕES PENAIS
Dr. Gilberto Garcia

A Igreja, na qualidade de pessoa jurídica de direito privado, está, da mesma forma que outras entidades, sujeita a cometer, através de seus representantes legais, delitos penais. Em nosso sistema legal, o direito penal, está fundado no princípio esculpido no brocardo latino, “Nullum crimen, nula poena sine legis”, ou seja, “Não há crime, sem lei anterior que o defina”.
Assim destacamos algumas práticas que podem ensejar numa ação ilícita e com conseqüência legais, eis que, uma determinada atitude pode ser deselegante, antipática, não cristã, incorreta, antiética ou mesmo imoral, sem ser ilegal, se esta não estiver tipificada, descrita especificamente de forma detalhada como tal.

A Constituição Federal resguardou a Igreja em suas manifestações de fé, no seu art. 5º, inciso VI, CF/88 – “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício de cultos religiosos e garantidos, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”.

Destaco, para o conhecimento de nossos líderes, algumas questões penais, que reputamos de maior interesse, as quais podem envolver nossas Igrejas, como instituição da sociedade civil, seja como “agente causadora”, ou “paciente atingida” de infrações criminais.
Esta religiosidade é respeitada e protegida pelos poderes republicanos constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário, em suas esferas: Federal, Estadual e/ou Municipal, estando mesmo, em algumas questões jurídicas limitado, conforme determinação legal, a proceder citação judicial no culto religioso, como previsto no art. 217 do Código de Processo Civil, “Não se fará, porém a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I – a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso...”.
A liderança da Igreja, especialmente seus diretores estatutários, presidente, vice, secretários, tesoureiros, conselho fiscal, conselho de ética etc, devem estar atentos para não incorrer na violação de “divulgação de segredo”, estabelecida no art. 153 do Código Penal, “Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem!..”.
Deve o líder eclesiástico evitar a propagação de meias-verdades, que na realidade são inverdades inteiras, como orientar sua congregação a não fazê-lo, diante do risco de atingir a honra das pessoas, congregados ou não, à qual tem proteção Constitucional, e que a justiça prevê ser devidamente indenizado o dano moral causado a terceiros.
De igual forma, também dá ensejo à indenização por dano moral quando se infringi a norma legal, a divulgação de segredo compartilhado em função da ocupação exercida, que é ao mesmo tempo direito e dever do ministro de confissão religiosa, qualquer seja sua expressão de fé, aplicando-se ao pastor, padre, rabino, sheik etc, que também se atinge ao advogado e ao psicólogo, eis que tal prática é definida como crime pelo Código Penal no artigo 154: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem."
O legislador penal também se preocupou com relação à necessidade de se respeitar a manifestação de fé de uma pessoa, independente de sua crença, de acordo com o artigo 208 do Código Penal, “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa, impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso, vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso (...)”.
Outra questão que tem trazido grandes dissabores às Igrejas é a chamada “Perturbação do sossego alheio”, regulado na Lei de Contravenções Penais, no artigo 43, Inciso III: “Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios (...) III – Abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos”. Tenho conhecimento de que em grandes cidades como no Rio e SP, diversas Igrejas Evangélicas foram multadas, em valores vultuosos, por desrespeitarem as regras relativas ao sossego na cidade.
De igual maneira deve ter cuidado o Ministro Religioso com o registrado no art. 238, Código Penal: "Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento. (...)"., só realizando cerimônias religiosas, com efeito civil, com a devida autorização legal.
Outro importante cuidado é o registrado na Lei das Contravenções Penais, art. 27: "Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do futuro, explicação de sonho, ou práticas congêneres (...)".
E, ainda, é necessário atenção para Lei de Assédio Sexual - Lei 10.224/2001, à qual acrescentou ao Código Penal, o texto do art. 216-A. "Constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (...)".
Artigo 226, inciso II, do Código Penal: "A pena é aumentada da Quarta parte: (...) II - se o agente é ascendente, pai adotivo, padrasto, irmão, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.". Grifos Nossos.
Neste tempo de cuidados com as infrações penais necessário se faz, que os líderes do povo de Deus, estejam atentos para a influenciarem na elaboração e o cumprimento das leis que afetam a Igreja, enquanto peregrina nesta terra, eis que nós cristãos possuímos a condição de cidadãos de duas pátrias.

“BEM AVENTURADOS OS QUE OBSERVAM O DIREITO, QUE PRATICAM A JUSTIÇA EM TODOS OS TEMPOS ”. SALMO 106:3

*Gilberto Garcia é Advogado, Pós-Graduado e Mestre em Direito. Consultor Jurídico de Igrejas, Instituições e Organizações Evangélicas. Professor Universitário e Conselheiro Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil - Rio de Janeiro. Autor dos Livros: “O Novo Código Civil e as Igrejas” e “O Direito Nosso de Cada Dia”, Editora Vida, e, “Questões Controvertidas - Parte Geral do Código Civil”, e “Novo Direito Associativo”, Editora Método.

Fonte: www.direitonosso.com.br
Link: http://www.direitonosso.com.br/artigo49.htm

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

JESUS NÃO DISSE: IDE APÓS SEUS LÍDERES


Sempre primando pelo objetivo inicialmente proposto de disponibilizar informações, oportunizar a exposição de ideias concordando ou discordando e, isto sem o compromisso de agradar ou bajular ninguém, embora não tendo, também, a intenção de causar desconforto e constrangimento para ninguém, informamos aos que possam ter interesse pelo assunto "liderança", o lançamento do mais novo livro tratando do tema. Trata-se do livro que tem por título ["VINDE APÓS MIM" Jesus Não Disse: IDE Após Seus Líderes] ALBERTO COUTO FILHO, Editora Livre Expressão.

Para os que acham muito ler as 210 páginas do livro poderá ler um breve resumo feito pelo autor, que segue abaixo, que certamente se sentirá motivado para ler todo o conteúdo da obra.

Edson Leite
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Sobre a Obra:


Obviar o mal (a dispersão das ovelhas) causado por ações equivocadas, pela ineficiência no exercício da liderança – este é o tema abordado, o fulcro da obra. O “afastamento do crente” é obviado por toda a obra como ocorrência danosa para o Reino de Deus. O autor o considera, para a Igreja de Cristo, um pesado tributo que tem como fato gerador algo não condicionado a atributos individuais dos líderes – o não-desenvolvimento do “dom motivacional prático” da Liderança (governos – 1 Co 12:28), para lograr a eficácia.
O contexto da obra nega uma passiva conivência com a falibilidade, mas em nenhuma hipótese admite a afronta, o desrespeito à autoridade no ofício pastoral, pelo contrário alerta, previne, sugere e orienta à luz do Livro Santo, sem qualquer intenção de censurar. Não fosse assim, assevera o autor, ele mesmo estaria procedendo de forma atoleimada, pecaminosa e condenável perante o Senhor das nossas vidas, ao desairar um anjo da igreja. Entretanto, a ocorrência de atos falhos, oriundos da manipulação, de uma relação de dominação, de inadvertência ou de negligência, praticados por líderes ineficazes, que se dizem “ungidos” e que se imaginam defesos por generalizáveis e convenientes interpretações bíblicas (Sl 105:15), não irão evitar as sanções impostas pelo Senhor dos Exércitos, pela dispersão das Suas ovelhas.

O autor expressa seu sincero desalento, quando observa o fato daqueles líderes que, na Bíblia, são chamados de estúpidos (Jr 10:21), não se importarem com a dispersão das ovelhas do rebanho do Senhor. Eles recalcitram com veemência e atemorizam aqueles que os interpelam, citando que somente o Senhor irá cuidar de castigar a maldade das suas ações (Jr 23:2). Arredios e avessos a um “feedback” negativo expressam absurda e incompreensível preferência pela manutenção do seu estupor.

A eficácia em Liderança na igreja atual, diz o autor, como sempre foi na igreja primitiva, é uma das características indispensáveis de um ministério cuja proposta primacial (visão ministerial) é a transformação de vidas, através da renovação da mente (Rm 12:2).

A obra, vista pelo autor não como uma autoajuda, mas sim, como uma ajuda divina, é destinada a todos aqueles que, capacitados ou não, por Deus, queiram desenvolver o dom da liderança, através da transferência de habilidades (no hebraico: guia, orientação, direção) apontadas no livro, que irão realçar a importância dos corretos pensamentos e a experiência na tomada de decisões.

O autor propõe às igrejas a instituição de um sistema de desenvolvimento das lideranças ministeriais, que venha, efetivamente, a se constituir, num alvo educacional, numa estratégia e num processo, focado inteiramente na geração de motivação para um excelente desempenho na realização da obra de Deus.

Demonstrando inteira submissão ao Criador e, focado inteiramente na obtenção da unidade, via comunhão permanente dos servos de Deus, o autor pretende alcançar o objetivo proposto, mediante a utilização da experiência adquirida ao longo da sua existência. Para tanto, os recursos utilizados (bíblicos, teológicos, didáticos, técnicos) são competentes para facilitar a compreensão da eficácia da liderança do Senhor Jesus – Imitá-lo é o grande desafio proposto no livro.

A obra demonstra ser muito forte o testemunho do autor, não apenas pela submissão a Deus, mas muito mais, ainda, pela demonstração da consciência que tem dos deveres ministeriais dos líderes cristãos para com o povo de Deus, sob os seus cuidados. Orientada por pesquisa junto a cristãos dissidentes, ela está inteiramente respaldada em preceitos bíblicos (mais de 300 capítulos citados e cerca de 700 versículos) que não permitem conflitos com os pontos cardeais das Sagradas Escrituras. É um subsídio literário valioso para o desenvolvimento intelectual, social e espiritual (Lc 2:52) não apenas dos líderes “chamados” pelo Senhor da Seara, mas também, dos “impelidos”, que muitas das vezes, desguarnecidos e desacautelados estão, insensivelmente, oprimindo e, até, subjugando (domínio moral) ovelhas do rebanho do Senhor, sob sua liderança, dispersando-as.

A atenta leitura do livro irá mostrar que a peregrinação na fé é a resposta esperada na exortação contida na epístola aos Hebreus. Como um dever espiritual, seu signatário aponta para a necessária obediência aos que guiam o povo de Deus (pastores/líderes), como contrapartida de uma obrigatória prestação de contas, por velarem pelas almas, como um dever ministerial (Hb 13:17).

Pedro é citado na obra, observando uma relação de deveres ministeriais, destinada aos líderes (presbíteros, como ele) para que se tornem modelos dos rebanhos que pastoreiam, mediante a proteção e ao zelo vigilante pelas ovelhas sob seus cuidados e orientação (1Pe 5:2/3).

E o que, ainda, podem fazer, para que venha a receber do Supremo Pastor, a imarcescível (que não murcha) coroa da glória, aqueles que, abdicando da obrigatoriedade do vigilante zelo, não mais velam pelas almas das ovelhas? (1 Pe 5:4)

As respostas para estes guias/líderes e para todos aqueles que aspiram àquela excelente obra que é o episcopado estão, seguramente, contidas nesta obra, bem como tudo aquilo que os leitores gostariam de saber sobre a Liderança Situacional/Transformacional de Jesus, e não tiveram paciência (?) de lhes explicar.


O Autor
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

AS QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

"De tudo que se tem ouvido, a conclusão é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trzer a juízo toda obra, inclusive tudo que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau." [Eclesiastes 12.13 e 14]

O texto abaixo trata de um assunto extremamente importante para os cristãos da época do apóstolo Paulo, e, que continua sendo altamente relevante para a igreja dos dias atuais, onde os títulos de evangelista e pastor vem sendo distribuídos sem que haja a devida observância dos critérios e padrões bíblicos estabelecidos por Deus àqueles que desejam estas posições. O autor destaca que:

“A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.”

O texto nos enviado pelo Pb. João Pereira Sobrinho, tendo como fonte o site www.ebdweb.com.br (link ao final da postagem).


QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR (BEP – Bíblia de Estudo Pentecostal, Ed. CPAD)

1Tm 3.1,2 “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”
Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, isto é., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (1Tm 3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de DEUS (1Tm 3.1-10; 4.12) e pela igreja (1Tm 3.10), porque DEUS estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por DEUS para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 1Tm 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.

(1) Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (conforme 1Tm 3.10). Partindo daí, o ESPÍRITO SANTO estabelece o elevado padrão para o candidato, isto é., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a JESUS CRISTO e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de CRISTO em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.

(2) O líder cristão deve ser, antes de mais nada, “exemplo dos fiéis” (1Tm 4.12; conforme 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a CRISTO e ao evangelho (1Tm 4.12,15).

(b) O povo de DEUS deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de DEUS, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a CRISTO pode ser tomada como padrão ou exemplo (conforme 1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).

(3) O ESPÍRITO SANTO acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (1Tm 3.2,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de DEUS, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de DEUS?” (1Tm 3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (1Tm 3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, isto é., um marido sempre fiel à sua esposa.

(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (conforme 1Tm 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de DEUS, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (1Tm 4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, DEUS expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).

(5) A Palavra de DEUS declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem DEUS nem a igreja perdoará tal pessoa. DEUS realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo DEUS e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o ESPÍRITO SANTO está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (isto é., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (conforme 2Sm 12.9-14).

(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de DEUS, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

(a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de JESUS CRISTO, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. DEUS não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de JESUS CRISTO, requer padrões espirituais muito mais altos.

(b) Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de DEUS blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida (2Sm 12.9-14).

(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por DEUS para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1Tm 4.12).

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