sexta-feira, 30 de julho de 2010

Como está a Assembleia de Deus hoje, às portas do centenário?



Um dos maiores ícones da atualidade na área teológica e doutrinária, Pastor Antônio Gilberto, – que recentemente teve o nome envolvido na grande polêmica relacionada com a publicação, pela CPAD, da Bíblia DAKE – responde esta e outras perguntas em entrevista à revista CRISTIANISMO HOJE. Buscando sempre cumprir com os objetivos propostos – sendo um deles o de informar – disponibilizamos (abaixo) mais este relevante conteúdo.
Boa leitura. (Edson Leite / Maxwel Rocha)




Pelo retorno à Palavra


Consultor teológico e doutrinário da maior igreja evangélica do Brasil, o pastor assembleiano Antônio Gilberto ressalta a essencialidade da Bíblia


Por Carlos Fernandes


Enquanto aguardam a liberação de uma sala para a entrevista, Antônio Gilberto e o repórter conversam sobre a Igreja Evangélica e assuntos relativos à fé cristã no Brasil. O pastor folheia um exemplar de CRISTIANISMO HOJE. “Não há mais muito temor a Deus”, comenta, a respeito do conteúdo de uma reportagem. Ele dá uma olhada pela janela e balbucia, como se falasse consigo mesmo: “Quem de nós tem buscado ao Senhor em espírito e em verdade?”. Em dado momento, a secretária lhe traz as informações que solicitou sobre um evento. A procura não é tão grande como o esperado. “É impressionante, irmão”, diz. “Antigamente, eram comuns campanhas de oração de uma semana, cultos de consagração que duravam um dia inteiro. Agora, o pessoal não quer orar nem por cinco minutos.”
Não, Antônio Gilberto da Silva não vive do passado, embora admita que os tempos idos lhe trazem ótimas recordações. É um homem ativo e perspicaz, para quem a chegada dos 80 anos de idade parece ter trazido apenas mais experiência. Sobe com desenvoltura os três lances de escada na sede da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), no Rio. Ali, ele sente-se mesmo em casa. Respeitado por seu profundo conhecimento das Escrituras, é professor e consultor teológico e doutrinário não só da editora, mas da denominação. Integrante da Diretoria da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB), é presença certa em seminários e congressos sobre Escola Bíblica Dominical, assunto em que é especialista. “O crente deve estudar, estudar e estudar a Palavra de Deus”, afirma. “Só quem está ao lado da Bíblia pode manter-se espiritualmente de pé.”
Ao longo desta entrevista, por diversas vezes Antônio Gilberto assumiu uma postura de contrição. “Glórias a Deus, irmão, glórias a Deus”, disse, erguendo os braços e fechando os olhos, todas as vezes que foi solicitado a falar acerca de suas realizações na obra do Senhor. Elas não têm sido poucas ao longo dos últimos 65 anos, desde que se converteu, ainda adolescente. Casado, com quatro filhos e oito netos, o pastor diz que quer servir ao Senhor enquanto lhe der graça e força. “Minha oração é para permanecer fiel. A fidelidade traz felicidade.”

CRISTIANISMO HOJE – COMO ESTÁ A ASSEMBLEIA DE DEUS HOJE, ÀS PORTAS DO CENTENÁRIO?

ANTÔNIO GILBERTO – Eu digo que ela está caminhando bem, pela graça de Deus. O início de nossa igreja e seu crescimento são provas de que esta obra não pode ser dos homens. Como o trabalho daqueles dois obreiros estrangeiros [N.da Redação: os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, oriundos dos Estados Unidos, fundaram a Assembleia de Deus no Pará, em 1911] poderia despertar espiritualmente o país se não fosse pela ação do Espírito Santo? Hoje, a Assembleia de Deus é querida e acatada, tem comunhão com as igrejas coirmãs e é uma referência em sentido geral.

QUANTOS MEMBROS TEM A DENOMINAÇÃO?

É uma pergunta muito difícil de ser respondida, inclusive por causa de seu tamanho. Há mais de quinze anos, fizemos um levantamento amplo. Embora não tenha havido o retorno de todas as informações solicitadas, projetamos com segurança uma membresia da ordem de 11 milhões. O levantamento baseou-se apenas nos membros batizados, sem levar em conta as crianças e os frequentadores eventuais. Claro que não podemos afirmar este número com rigor científico, mas serve para dar uma noção da amplitude de nossa igreja.

DURANTE MUITO TEMPO, A ASSEMBLEIA DE DEUS FOI VISTA COMO UMA IGREJA CONSERVADORA EM RELAÇÃO A USOS E COSTUMES. HOJE, PERCEBE-SE MAIOR LIBERALIDADE, SOBRETUDO NO CONTEXTO URBANO. HOUVE EXAGEROS NO PASSADO?

Acontece que muitos irmãos e irmãs do passado, com pouco conhecimento do assunto à luz das Escrituras, praticaram excessos, estabelecendo regras individuais e regionais desnecessárias. Usos e costumes bons e santos devem fazer parte do testemunho cristão.
O uso da TV, por exemplo. Dizia-se que o crente não podia assistir à televisão, mas hoje os evangélicos usam-na largamente para anunciar o Evangelho.
Exato. Já se disse que a TV era anátema e pecaminosa. Aqueles irmãos do passado eram sinceros em sua fé, mas a ignorância e o exagero levam ao erro de muitas maneiras. Sabemos também que a mera observação de usos e costumes na igreja, de modo legalista, sem o lastro e a prática da doutrina bíblica, leva o cristão ao farisaísmo, ao legalismo, ao fanatismo religioso, à falsa santidade e à pretensa salvação pelas obras. Só que hoje vem ocorrendo o abandono de bons costumes que têm origem na doutrina cristã. Hoje, há pessoas que dizem que a Bíblia não trata de costumes. É que a palavra “costumes” nem sempre é traduzida pelo emprego deste termo na Bíblia. Se a doutrina bíblica for compreendida e observada com sabedoria e discernimento, ela certamente levará à prática de bons costumes. A doutrina é a garantia de perenidade de qualquer igreja.

DIVERSAS IGREJAS INDEPENDENTES TÊM USADO O NOME “ASSEMBLEIA DE DEUS”, MESMO SEM QUALQUER LIGAÇÃO COM A CGADB. A DENOMINAÇÃO COGITA ALGUMA MEDIDA CONTRA ISSO?

Quem pode pronunciar-se sobre este ponto é a Direção nacional da igreja. Esses chamados “pentecostais” ou “neopentecostais” leem a Bíblia, mas não a estudam no sentido estrito deste termo. Eles só querem saber de manifestações humanas, como gritar, rolar, pular, expulsar demônio, praticar exorcismo. É um inominável erro cuidar só de manifestações e não do verdadeiro relacionamento com Deus, aquele que transforma a vida das pessoas. Primeiro, a predominância do Espírito Santo segundo as Escrituras; depois, os efeitos de sua manifestação. No início do movimento neopentecostal no Brasil, por volta dos anos 1960, várias igrejas que surgiram me convidavam para lhes ministrar sobre as doutrinas fundamentais da fé cristã. Esse interesse arrefeceu, como é fácil detectar nos seus escritos e programas de rádio e televisão. Esses grupos precisam despertar a tempo para, em primeiro lugar, dar espaço contínuo e amplo ao estudo sistemático da Palavra de Deus. A Assembleia de Deus está correndo o mesmo perigo; muito pouco estudo da Bíblia, priorizando suas doutrinas básicas.

E QUAIS SÃO AS DOUTRINAS BÁSICAS OBSERVADAS PELA ASSEMBLEIA DE DEUS?

O assunto é muito extenso para tratar numa entrevista, mas eu poderia destacar algumas. A inspiração divina da Bíblia, que é específica, única e plenária. Quando o apóstolo João encerrou o Apocalipse e guardou a sua caneta, encerrou-se também, na providência divina, o cânon das Sagradas Escrituras. Sua inspiração é plenária no sentido de que Deus colocou na mente dos santos escritores sagrados não só a ideia ou o conceito da mensagem recebida dele, mas além disso guiou-os sobrenaturalmente na escolha das palavras. Também enfatizamos a salvação pela graça divina, quando o homem carente da salvação aproxima-se de Deus pela fé em Cristo. Ninguém tem mérito algum para ser salvo. Ser moralista, caridoso e altruísta é agradável a Deus, mas nada disso leva à salvação. Também cremos no Deus trino e triúno. Essa é uma verdade bíblica e doutrinária que transcende a mente humana, por mais capacitada que ela seja. Nem gênios como Newton e Einstein foram capazes de entender a triunidade de Deus. O que nos cabe é aceitar pela fé o que o Senhor diz na sua Palavra. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. E também várias outras doutrinas fundamentais, como a do pecado, a da santificação, a da volta de Jesus em breve…

A DOUTRINA DO PECADO NÃO TEM SIDO MUITO FALADA…

O assunto pecado é antipático e tem sido evitado, mas é real, assim como são reais o céu e o inferno. Quem crê em Cristo, segundo as Escrituras, está salvo da condenação eterna; quem não crê, já está condenado. É esse o Evangelho que eu prego com amor; o amor com que Deus nos ama.

COMO A IGREJA EVANGÉLICA DEVE AGIR EM FACE DO MUNDO?

A Igreja de Jesus – a verdadeira Igreja, aquela que teme ao Senhor e segue a sua Palavra – não pode se coadunar com a filosofia do mundo, que cada vez mais afunda no pecado. A Igreja neotestamentária é necessariamente diferente do mundo; de modo que, no dia em que a Igreja se coadunar com o mundo, e vice-versa, será o fim. Quando o mundo diz sim, a Igreja diz não. É assim que deve ser.

ESSA DIFERENÇA TEM SE DILUÍDO?

Infelizmente, a Igreja está muito mais parecida com o mundo do que deveria. Nós devemos enxergar esse processo como sinal dos tempos – e, sem querer ser pessimista ou negativo, tudo que tem acontecido ao redor do mundo faz parte de um panorama profético. E haverá choques tremendos entre o povo de Deus e o mundo. Veja esse pacote de leis que hoje tramitam no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas. Refiro-me a temas como a chamada união civil de homossexuais, a legalização do aborto, a descriminalização do uso de drogas hoje ilegais e as restrições ao trabalho de evangelização, entre tantos outros pontos. Mais do que nunca, o crente precisa manter-se fiel. A segunda vinda de Jesus ao mundo é um acontecimento iminente. A qualquer momento, o Senhor virá. Que bom seria se o mundo despertasse para buscar ao Senhor enquanto é tempo!

O SENHOR PREVÊ UMA PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA NO BRASIL?

Mas sem dúvida nenhuma. A propósito, eu faço parte de uma comissão em nossa denominação encarregada de redigir posições bíblico-doutrinárias sobre assuntos como união de homossexuais, família, casamento e o divórcio, inclusive o de obreiros. Queremos dar orientação clara ao nosso povo. Estamos nos debruçando sobre isso já prevendo que, se este pacote de leis for aprovado, perseguições tremendas virão, como já tem acontecido aos cristãos em outras partes do globo. Somente uma Igreja neotestamentária, ortodoxa, que teme ao Senhor e respeita a Bíblia no sentido correto, estará preparada para enfrentar estes novos tempos. A profecia de Daniel, nos capítulos 2 e 7 de seu livro, sem dúvida abarca o que estamos a responder. Tudo começou com “ouro”, mas terminou com “ferro misturado ao barro”. Não haverá inversão disso, como querem os homens que pensam sem Deus. A Palavra do Senhor é fiel e infalível. Há uma degradação crescente e geral no mundo, conforme I João 4.3.

ESSE PANORAMA DE DEGRADAÇÃO O DEIXA CHOCADO?

Não, eu não me choco com isso. Vejo tudo como uma advertência espiritual. O Senhor advertiu a todos sobre isso em textos como o de Mateus 24. O mundo está posto no maligno. Todas as instituições seculares sofrem com a influência e ação malignas. Não estou dizendo que todas as pessoas que não conhecem o Senhor agem deliberadamente de má-fé. Mas o secularismo da sociedade as afasta de Deus. E neste contexto, a Igreja de Cristo deve proceder como dela está escrito em I Pedro 2.11, como peregrina e forasteira. Isto é, ela não pertence a este mundo. E por falar nisso, ela está perdendo sua identidade bíblica. E como recuperá-la? Voltando à Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, clamando por um avivamento genuíno, soberano, irresistível, como já aconteceu tantas vezes na Bíblia e também na história da Igreja.

COMO DEFINIR AVIVAMENTO?

Há quem pense que o avivamento espiritual da Igreja caracteriza-se
apenas pela manifestação de dons sobrenaturais e operação de milagres. Segundo as Escrituras, avivamento é uma renovação espiritual soberana da parte de Deus, uma sobrenatural intervenção divina entre o seu povo. E isso se caracteriza inicialmente pela fome incontida pela Palavra de Deus. Sempre que uma igreja é despertada pelo Espírito de Deus, ela busca sem cessar a renovação espiritual, a santificação e o conhecimento constante e profundo da Palavra de Deus, tanto na congregação como na vida de cada crente.

MAS ENTÃO COMO A IGREJA EVANGÉLICA TEM CRESCIDO TANTO NO PAÍS?

Não é bem assim no presente momento. O número de genuínas decisões por Cristo vem diminuindo nas igrejas. A Igreja tem crescido em quantidade. Não sou contra a quantidade – quanto mais pessoas se tornarem crentes em Jesus, melhor. Mas, quanto aos seus, o Senhor conta primeiro com a qualidade de vida espiritual, moral, social e familiar. Lembre-se do caso de Gideão: Deus só permitiu que ele fosse acompanhado por 300 homens à guerra, ao invés dos milhares que havia. Ora, do dia para a noite você consegue encher um templo ou um estádio de gente; basta dizer o que as pessoas gostam e querem ouvir. No início da Igreja, praticamente não havia necessidade de apelo e convite para o povo vir a Cristo. O poder de Deus era tão manifesto que as pessoas, por livre iniciativa, procuravam os apóstolos com a pergunta: “Que devo fazer para ser salvo?”.

A SITUAÇÃO ESTÁ ASSIM POR CULPA DA LIDERANÇA?

Nesta resposta, eu gostaria de substituir a palavra “liderança” por “pastores”. Liderança tem a ver com direção, mas, em termos de igreja prefiro abordar o assunto partindo dos pastores, aqueles que receberam de Deus o chamado e o ministério de apascentar. O pastor torna-se líder porque antes já era pastor; ele não é pastor simplesmente porque é líder de uma obra. Nem todo líder cristão é obreiro do Senhor só pelo fato de ser líder. O pastor que apenas é líder torna-se um profissional, e não um vocacionado da parte do Senhor. E os pastores precisam enfatizar a importância primordial da Bíblia Sagrada. Está faltando a Palavra em nossos púlpitos. Hoje, nos cultos evangélicos, 80% do tempo é gasto com assuntos e atividades que nada têm a ver com a exposição da Palavra de Deus. Veja as músicas de hoje – não têm nada de Bíblia, é só passatempo. Muitas vezes, quem compõe nem salvo por Cristo é. O resultado está aí: carência espiritual, pobreza de fé, crentes sem vida. Nossos pastores precisam despertar para semear a Bíblia. O povo está sem alimento. Se a ovelha recebe comida fraca, ou adulterada, pobre dessa ovelha!

A SOLUÇÃO SERIA O INCENTIVO À ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL (EBD), UMA INSTITUIÇÃO QUE ATRAVESSA UMA CRISE EM TANTAS IGREJAS?

Repito que uma igreja, um povo, uma família, quando despertados por Deus, mediante o Espírito Santo e a Palavra, procurarão com perseverança conhecer a Bíblia. A EBD deve enfatizar o estudo da Palavra de maneira metódica, atingindo desde o bebê até ao ancião, com professores treinados, de maneira sistemática. É preciso haver currículos definidos, senão o assunto fica a esmo. É claro que, mesmo se for ministrada de maneira precária, a Palavra sempre trará resultados na vida das pessoas, pois ela é viva e não volta vazia. Contudo, não atingirá o objetivo de construir uma igreja forte. No passado, a luta do inimigo era para destruir a Bíblia. Quantas bíblias foram queimadas na Idade Média, nas fogueiras da Inquisição? Hoje, como o diabo sabe que não há como fazer isso, sua luta é para corromper a mensagem da Palavra. E está conseguindo!

EM 1989, A ASSEMBLEIA DE DEUS DIVIDIU-SE EM DOIS GRANDES SEGMENTOS, A CGADB E A CONVENÇÃO DE MADUREIRA (CONAMAD). PASSADOS VINTE ANOS, OS DOIS GRUPOS ESTÃO MAIS PRÓXIMOS OU MAIS DISTANTES?

Não chamaria o que aconteceu de divisão, e sim, de cisão administrativo-eclesiástica. Acompanhei bem de perto o processo e sei que havia desde algum tempo certas discordâncias, mas não desavenças espirituais, religiosas e doutrinárias. As igrejas Assembleias de Deus professam a mesma doutrina. Eu integro a CGADB e, regularmente, sou gentil e honrosamente convidado por colegas obreiros da Conamad para participar de eventos e ministrar a Palavra de Deus. Sinto-me honrado e também grato a esses companheiros de ministério por essas solicitações. Da mesma forma, temos regularmente pastores e outros líderes de Madureira em eventos da CGADB. Eu, pessoalmente, mantenho a expectativa de desaparecimento desta cisão.

O QUE O SENHOR EXPERIMENTOU NO PASSADO E SENTE FALTA NOS DIAS DE HOJE?

Ah! Do movimento dinâmico e sempre crescente de evangelização; da inflexível e intensa disposição e vontade de todos os crentes de ganhar pessoalmente almas para Jesus. Logo que Jesus me converteu, aos 14 anos de idade, Deus me usou para evangelizar uma família inteira, ajudado por outros irmãos. Aquelas sete pessoas se entregaram a Cristo e se tornaram crentes fiéis, perseverantes e frutíferos para a glória de Deus. Que alegria! Sinto falta também dos cultos de oraçao e de vigília daquela época. Hoje, o tempo que passamos na presença do Senhor, buscando a sua face em cultos coletivos, é tão curtinho… Outra coisa maravilhosa era a comunhão cristã fortíssima entre os irmãos. Todos na igreja eram unidos. O que acontecia a um era compartilhado por todos.

A ESTA ALTURA DA VIDA, QUAL A SUA PRIORIDADE?

Permanecer fiel. Fiel a Deus; fiel à sua Palavra; fiel à doutrina; fiel à família; fiel aos compromissos assumidos; e fiel à minha igreja e aos colegas de ministério. A fidelidade só pode trazer felicidade. Imagine a alegria de, conforme Paulo disse em II Timóteo 2.15, podermos nos apresentar a Deus como obreiros aprovados! Mas Deus dá-nos da sua graça. “A minha graça te basta”, disse Deus ao apóstolo.


Fonte: http://cristianismohoje.com.br/
Link: http://cristianismohoje.com.br/ch/pelo-retorno-a-palavra/

quinta-feira, 29 de julho de 2010

SOBRE PASTORES E LOBOS - COMO DIFERENCIÁ-LOS?


Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.

No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.

• Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.
• Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
• Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
• Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
• Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.
• Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
• Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
• Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
• Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
• Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
• Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
• Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
• Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
• Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
• Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
• Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.
• Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
• Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
• Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
• Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
• Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.
• Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
• Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
• Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
• Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.
• Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
• Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
• Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
• Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
• Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.
• Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
• Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
• Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
• Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
• Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
• Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
• Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
• Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
• Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.
• Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
• Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
• Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
• Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
• Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
• Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.

Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são devoradores (Mateus 7:15).”

AUTOR: Osmar Ludovico da Silva

Publicado pela revista Enfoque Gospel, edição 54, 2006


Observação:
Este texto foi encaminhado pelo nosso irmão em Cristo e grande amigo Pb. JOÃO PEREIRA SOBRINHO, a quem deixamos nosso muito obrigado pela contribuição.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Silas Malafaia diz que havia descalabro administrativo na CGADB

Faltavam cinco minutos para o início do culto na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, onde havia cerca de 2 mil pessoas, quando Silas Malafaia, de 51 anos, concedeu esta entrevista na noite da última terça-feira. Depois de despachar com outros dois pastores que lhe apresentavam preços de imóveis para construir novos templos, disse, de forma simpática, que nos concederia 13 minutos.


Tantos eram os projetos do polêmico religioso — que criou o Clube de 1 Milhão de Almas para pedir doações voluntárias de R$ 1 mil ao fiéis e é criticado no meio evangélico por pregar a doutrina da prosperidade financeira — que a conversa se estendeu por 35.

Wittnauer dourado no pulso, com pedras que lembravam diamantes, falou sem rodeios da saída da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB), em maio, de eleições e do ambicioso plano de levar seu ministério a todo o país.

Confira a entrevista:

Por que o senhor saiu da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil?
Minha saída teve dois motivos. Primeiro, tive que assumir a igreja com a morte do meu sogro (pastor José Santos, em fevereiro), que era o presidente. E segundo, porque vi muito descalabro administrativo. Não podia ficar à mercê da má gestão financeira. Era preocupante. Se o Ministério Público investigasse, mandaria afastar todo mundo. E eu, que estou na mídia, como ficaria?

Há quanto tempo o senhor fazia parte da Convenção?
Da Convenção, há 28 anos, desde que me tornei pastor. Da mesa diretora, cerca de três anos e dois meses, dois anos como segundo tesoureiro. Em abril do ano passado, fui eleito primeiro vice-presidente.

E quando descobriu que havia irregularidades?
Fiquei quase dois anos tentando avisar aos caras. Enviei documentos ao conselho fiscal e denunciei em assembleias da própria Convenção, no Espírito Santo. Como vice-presidente, não tinha ingerência administrativa. Só o presidente e o primeiro tesoureiro.

O que o senhor denunciou, exatamente?
O que me chamou a atenção foi a má gestão financeira. A Convenção passava cheques sem fundos. Como uma instituição cobra dos pastores e tem o nome sujo no SPC e no Serasa? A má gestão é por incompetência deles mesmo, porque a Convenção tem 50 mil pastores!

O senhor mudou o nome da Assembleia de Deus da Penha. Essa mudança e a saída da CGADB significam que vai criar outra igreja?
A fábrica de conjecturas é grande (risos). A Convenção não é de igrejas, é de pastores. Eu saí da CGADB, mas não da Assembleia de Deus. O pastor Manoel Ferreira, meu amigo, é da Assembleia de Deus e também não pertence à CGADB, pertence ao Ministério de Madureira (Conamad). A CGADB representa 60% dos membros da Assembleia de Deus, o pastor Manoel Ferreira 30% e sobram outros 10%...

Pretende criar outra convenção com eles?

Não. Algumas pessoas já me disseram que se fizesse isso me acompanhariam, mas não quero não. Lá na Convenção tem milhares de homens decentes, honestos. Não é porque saí de lá que vou cuspir no prato em que comi. Não é por meia dúzia de cabras que vou deixar de defendê-la.

Quantas serão?
Somos 91 igrejas, com 20 mil membros, no Rio, em Pernambuco e no Espírito Santo. Em cinco anos vamos entrar no país inteiro, com mil. Em Curitiba, Salvador, Vitória e Porto Alegre ainda este ano. Estamos treinando pastores, não queremos ninguém de fora. Nós temos muita credibilidade, a igreja e eu.

Por que mil igrejas?

Gosto de metas. Há um clamor para isso porque eu sei o que está acontecendo em muitos lugares. Muitas pessoas estão deixando as igrejas por conta do conservadorismo. Sei que sou a opção para essa gente.

O senhor vai fazer campanha para algum candidato?
Ainda não tenho candidato para governador e presidente. Posso até apoiar algum e influenciar meu segmento, mas não vou usar o nome da igreja. Falar em nome das pessoas é covardia. O pastor que fala que a denominação vai votar em alguém está ludibriando o candidato. Eu digo na igreja: “Meus queridos, não vai ter anjo sentado na urna para dedurar seu voto ao pastor”.

O que o senhor achou da polêmica sobre a música Adão e Ivo (considerada homofóbica por condenar o casamento entre pessoas do mesmo sexo)?

Qual o problema? A música está errada? A Bíblia não fala mesmo de Adão e Ivo. Dizem que eu sou o inimigo público número 1dos homossexuais. Querem confundir crítica de comportamento com preconceito. Eu sou livre para criticar o comportamento. Eles foram burros porque quiseram criminalizar quem é contra. Aí, me chamaram para a briga. São o grupo mais intolerante da pós modernidade porque não suportam críticas. Será que é porque não têm segurança do que são?


Fonte: http://extra.globo.com/geral/religiaoefe/posts/2010/07/17/silas-malafaia-diz-que-havia-descalabro-administrativo-na-cgadb-308850.asp


terça-feira, 20 de julho de 2010

SERÁ QUE DEVEMOS FECHAR OS OLHOS DIANTE DOS PROBLEMAS E FINGIR QUE ELES NÃO EXISTEM?


Como já havíamos falado inicialmente, este espaço destina-se para informar, comentar, debater, expor pontos de vista e assim por diante...

Já foram disponibilizadas informações e comentários de alta relevância, fornecidas por pessoas com grande grau de conhecimento, vivência e credibilidade no meio evangélico, a nível nacional e internacional – não se limitando somente à Assembléia de Deus –, como por exemplo, o Pastor Geremias do Couto, que também é jornalista e comentarista da Revista Lições Bíblicas (aquela que utilizamos na Escola Bíblica Dominical).

Para conhecer o blog do Pr. Geremias do Couto acesse: http://geremiasdocouto.blogspot.com

Quanto ao pastor Geremias do Couto, vale citar e destacar a sua coragem e determinação em romper o silêncio e falar abertamente do caos moral e ético que já faz muito tempo tomou conta das “cúpulas” administrativas da Assembléia de Deus (AD) em todo o Brasil. Porque “cúpulas” e não cúpula? Vamos tentar entender. A AD se algum dia já foi uma entidade única no Brasil, com o passar do tempo fragmentou-se completamente, sendo que nos dias de hoje em cada Estado ou Município existe um “chefe” ou “manda-chuva” no sentido mais pejorativo da palavra. Ou seja, cada um desses “manda-chuva” estabelecem e ditam a suas próprias regras. Em muitos lugares já não existe mais a figura do pastor como líder espiritual de um povo, mas sim, uma espécie de coronel (da mesma forma daqueles donos de grandes áreas de terras do interior do Brasil de antigamente). Para estas pessoas não existe o certo e o errado, não existem normas, estatutos ou regras (logicamente que existem exceções, ou seja, os verdadeiros homens de Deus, que honram o evangelho). O estatuto da igreja não passa de uma mera formalidade, ou seja, apenas para que se possa obter o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) junto à Receita Federal. Internamente este documento não merece ser respeitado, a menos que seja para aplicar punição em algum membro que ousar desafiar a “autoridade” do “manda-chuva”. Do contrário a regra é alterada, o que era errado passa a ser certo e, curiosamente isto é feito com apoio incondicional dos membros que por desconhecerem o seu verdadeiro papel deixam-se serem usados como massa de manobra.

"Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!" [Rui Barbosa]

(Para que uma alteração de estatuto seja considerada legal, é necessário realização de Assembléia Geral Extraordinária e que 2/3 dos membros da entidade aprovem a alteração proposta – no caso da IEADAR, que tem aproximadamente 2.000 membros, precisaria da aprovação de algo em torno de 1.330 membros, ou seja, teríamos que alugar um espaço especialmente para isto, uma vez que nenhum dos nossos templos comporta esse grande número de pessoas ao mesmo tempo)

Os últimos acontecimentos não deixam dúvidas de que o câncer maligno da corrupção, do pecado e da desonra atingiu o núcleo da instituição AD e espalhou-se rapidamente para as células do seu organismo. Deixo bem claro uma coisa: não estou falando aqui da Igreja comprada por Cristo na Cruz do Calvário, a noiva do Cordeiro; mas falo no sentido administrativo e restrinjo-me à AD, pois considero que temos problemas o bastante para não ficar falando dos outros – logicamente que tudo isto afeta, atinge negativamente a questão espiritual, uma vez que os membros da igreja local ficam fracos espiritualmente falando “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” [Mateus 24:12]. Reitero, ainda, que nunca ninguém conseguirá destruir a Igreja de Cristo, pois esta é espiritual e universal, ou seja, não depende de coisas materiais para existir – e mesmo que certos homens continuem a jogar o nome da Assembléia de Deus na lama, a Igreja de Cristo seguirá triunfante, pois Deus permanece fiel, mesmo sendo o homem infiel. Quando falarmos em Igreja de Cristo não devemos ter em mente uma construção com uma placa pendurada, mas sim, devemos ter em mente que a Igreja de Cristo é representada e composta por cada um daqueles que verdadeiramente honram o nome do DEUS TODO PODEROSO CRIADOR DO CÉU E DA TERRA, E TUDO QUE NELES HÁ.

Edson Leite

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"SANTA" QUEIMA DE ARQUIVO


Um mal que assola a Igreja moderna



Estamos vivenciando uma geração de líderes espirituais insensíveis quanto aos princípios da Palavra de Deus.

Tenho a nítida impressão que esses, só consideram válidos os ditames da palavra sagrada, para os seus submissos ou subalternos, estando eles mesmos isentos de qualquer repreensão ou sanção divina.

Parece que seus corações estão enrijecidos e envoltos numa impermeabilizante couraça, a qual lhes tirou a sensibilidade espiritual. Conseguem driblar qualquer sentimento de culpa, apenas com o poder que a instituição lhes concedeu, ou seja, o da canetada.

Quem não concorda com o erro, combate tais atitudes e não bajula seus autores, logo é passado para trás, é colocado de escanteio, é tirado de qualquer evidência, e se possível for, é banido do sistema como uma verdadeira queima de arquivo.

Nessa linha de atitude eclesiástica, ministérios de jovens obreiros são ceifados precocemente, e os de homens já experientes são jogados na “lata do lixo” como se nada tivessem produzido para o Reino de Deus, somente pelo fato de terem discordado, e às vezes pela simples atitude de terem alertado sobre algum perigo produzido pela inobservância da Palavra de Deus, o que é perfeitamente compreensível, justo, coerente e correto.

Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. Atos dos Apóstolos 6:1

Suponho que, se essa murmuração que ocorreu na igreja primitiva, motivada pela falta de assistência às mulheres dos gregos, acontecesse nos dias de hoje, jamais resultaria na instituição dos diáconos. Os apóstolos analisaram o motivo da falação e perceberam que era justa, que a crítica era construtiva e não destrutiva. Decidiram então orar, e o Espírito Santo lhes deu a direção. Por essa atitude é que temos hoje os diáconos na Igreja.

E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. Atos 6: 2-7

Presumo que nos dias de hoje, isso resultaria em uma “santa queima de arquivo” dos que reclamaram. Seriam deixados de lado, destituídos de qualquer cargo, não mais cantariam, não mais pregariam em eventos importantes, afinal, esse é o molde atual, ou seja, o esvaziamento total daqueles que ousam apontar o erro, e olhe lá se ainda não os caluniassem, classificando-os como desafetos e “personas non gratas”, no afã de assim justificarem seus convenientes procedimentos. É por demais, triste e lamentável.

É preciso seriedade e sensibilidade na liderança da Igreja. Escrevo este texto no temor e com tremor em face da responsabilidade, mas é necessário que alguém se exponha, ainda que se coloque a si próprio debaixo e à mercê deste crivo.

Não foi à toa que Deus considerou Davi, um homem segundo o seu coração. O Senhor já sabia que Davi não era perfeito, muito menos um semideus, mas também sabia que ele estava disposto a reconhecer o seu erro e clamar pela misericórdia do Eterno, que tinha um coração sensível.

Quando o profeta Natã foi usado por Deus para a revelação do seu pecado, o pior já havia passado, afinal, Urias o heteu uma vez morto, deixou livre o caminho para o rei Davi se casar com a viúva Bate Seba, ou seja, crime perfeito e casamento senão legítimo, pelo menos legitimado.

Comparando com as atitudes que vemos nos dias atuais, a única “pedra no sapato” de Davi era o profeta Natã, o qual poderia muito bem ter sido descartado, colocado fora do páreo, e quem sabe até mesmo perdido a vida. Davi não o fez assim, mas disse: Eu pequei.

O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. Provérbios 28: 13

Tenho a impressão que se fosse agora, nos tempos da cibernética, seria mais viável a Davi matar Natã, se livrar do profeta e continuar pecando, e haja Natã para se matar. Não me refiro aqui à morte física através de espada e trabuco, mas a da moral, através das difamações, calúnias, infâmias e coisas do gênero. Se livrar do profeta é sempre mais fácil do que se arrepender e se consertar diante de Deus.

E por falar em Davi, não posso deixar de reconhecer que o Saul da Bíblia, em que pese estar perturbado por um espírito maligno, deixava se permitir ouvir a harpa de Davi, se não por respeitar ao jovem musicista, mas pelo menos para ficar livre da perturbação.

Nessa linha de raciocínio, creio que um Saul moderno não resistiria depender da unção de Deus na vida um “menino ousado” para ficar liberto. Seria mais fácil se desfazer dele, quem sabe enviá-lo para ser “missionário” onde o vento faz a curva, entre cobras e lagartos, ou até mesmo coisa pior! Misericórdia Senhor!

Analise em que situação estamos:

Na comparação dos Sauls de hoje com o da bíblia, conseguimos vislumbrar lampejos de humildade naquele que já estava rejeitado por Deus. E os de hoje então?

Algumas dessas vítimas são queimadas ministerialmente, porque foram consagrados precocemente, neófitos, não ensinados e muito menos pastoreados. Já outros, muito pelo contrário, porque revelaram ter uma chamada de Deus, trouxeram inquietação e se tornaram verdadeira "sombra" para seus líderes. Há ainda os casos, daqueles que souberam demais, viram demais e agora só matando-os, para que se vejam livres deles aqueles que estão incomodados. Que Deus tenha misericórdia e se cumpra em nós a profecia de Ezequiel:

E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei um coração de carne; Ezequiel 11: 19

Infelizmente, muitos pensam apenas em si mesmo e nos que lhe são afetos. Quanto aos demais, cuja presença lhes faz lembrarem-se do seu pecado e da consciência cauterizada, que sejam tirados e banidos do sistema a qualquer custo. Cumpre-se aqui o ditado popular: “os incomodados que se mudem”

Por isso, quantas igrejas, ministérios e até mesmo convenções surgem a cada dia, alguns casos por mero desespero e precipitação, porém outros, pela nevrálgica intolerância de líderes arrogantes e prepotentes que sabem que estão errados, mas insistem em não reconhecerem tal situação, pelo simples desejo humano de manterem seu status e a glória do poder terreno.

Muitos jovens obreiros ao verem esse tipo de atitude, caem na condenação do diabo e também querem ter o mesmo poder. Isso está fazendo escola na igreja moderna. Já ouvi frase do tipo: “prefiro ser cabeça de sardinha a ser cauda de baleia”.

Quando falo em escola, é porque a mania está em todos os lados, até mesmo em escalões inferiores da hierarquia ministerial. Hoje temos divisões e rebeliões até em grupos de música gospel.

Imaginemos, se todos quiserem liderar, não haverá mais liderados, mas isso é o resultado da síndrome luciferiana no meio do povo de Deus.

É até possível que eu seja criticado pela utilização do termo “Santa” queima de arquivo, mas é isso mesmo, entre aspas, porque de santa nada tem, mas assim é considerada para que se justifique em nome de Deus, a tirania dos corações.

Tudo que não é de Deus, mas em seu santo nome é feito, ganha ares de irreversibilidade, intocabilidade e não pode se mudar. Por causa disso, vemos vidas, casamentos e ministérios acabados, famílias derrotadas e muitos filhos que não podem nem ouvir falar em igreja, quando na realidade, a igreja de Cristo nada tem a ver com isso.

Essa mania de se acabar com os outros em nome de Deus e de triturar aqueles que se opõe ao erro, é a profanação do sagrado e a luciferização de um sistema que deveria ser divino.

O texto é forte, também doeu em mim, e eu que vigie e me conserte naquilo que estiver errado.

Que Ele cresça e eu diminua!

A Deus toda a glória!

Pr. Carlos Roberto Silva

Fonte: http://pointrhema.blogspot.com/2010/05/santa-queima-de-arquivo.html

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Crise na CGADB E CPAD


Como contribuição inicial vamos deixar informações sobre a atual situação da CGADB e CPAD extraídas diretamente do BLOG do Pr. Geremias do Couto, que dispensa apresentações.


“A notícia de que alguns pastores de diferentes convenções estaduais abriram processo na Justiça do Rio de Janeiro para pedir a prestação de contas da CGADB e da CPAD é mais um capítulo nessa longa e desgastante maratona iniciada no Anhembi, cujo fim, pelo que posso perceber, não chegará tão cedo. Faltou aos diretores de ambas as instituições atentar para um fato: normas estatutárias existem para ser cumpridas e se isso não acontece a anarquia se instala. Queria sinceramente ter outras palavras para atenuar a minha forma de expressar, mas não disponho de alternativa. Anarquia é o que se verifica no âmbito da administração de nossa entidade, embora sua liderança tenha sido muitas vezes alertada que se os rumos não fossem corrigidos chegaríamos a esse ponto.”

“Reconheço a recomendação de Paulo aos coríntios (1 Co 6.1-9) como o caminho correto a ser trilhado entre os crentes em questões litigiosas. No meu caso, já sofri danos, alguns irreparáveis, e nunca levei ninguém e nenhuma instituição à Justiça, cristãos ou não. Espero que nunca tenha de fazê-lo. No entanto, em relação às instituições acima faz tempo, muito tempo, por sinal, que o texto paulino não é levado em consideração pela intransigência dos que as lideram. Agora mesmo, o novo primeiro vice-presidente da CGADB, pastor Oscar Moura, por quem tenho profundo respeito, teve de buscar na Justiça o seu direito, com a vacância, para ser investido no cargo, quando, houvesse predisposição para a discussão e o diálogo, a questão poderia ser resolvida interna corporis.”

“A inicial informa, por exemplo, que em março de 2010 duas notificações extrajudiciais foram encaminhadas a quem de direito com a solicitação para que num prazo de dez dias a prestação de contas fosse apresentada, sem que houvesse qualquer manifestação das partes solicitadas. Informa, ainda, que novamente, em maio, os notificados receberam outras notificações extrajudiciais, não havendo das partes outra vez qualquer iniciativa, pois "novamente quedaram-se inertes, sem prestar as contas solicitadas ou mesmo ofertar qualquer resposta àquele questionamento extrajudicial". Ora, vale lembrar que essas iniciativas têm o fito de evitar uma demanda judicial desnecessária, se houver da parte demandada o devido esclarecimento dos fatos, bem como assegurar que foi concedida a ela a oportunidade da correção do feito antes da demanda propriamente dita. No entanto, nenhuma medida foi tomada. E cabe mencionar que, a ser verdade o que se pretende seja apurado, trata-se de fatos extremamente graves.”

“Assim, pelo meu entendimento não restou outra alternativa aos pastores elencados na inicial (soube que havia mais de mil procurações prontas para juntar-se à petição) abrir o processo para que pelas vias judiciais todos sejamos esclarecidos sobre esses indícios até porque é direito de todos os associados da CGADB o acesso às informações e à deliberação sobre as contas dos órgãos acima, como peticionado na inicial. Como o processo começou a tramitar no dia 30 de junho e foi dado o prazo de dez dias aos responsáveis por ambas as instituições para manifestar-se nos termos da inicial, aguarda-se que até a próxima semana haja algum pronunciamento.”

http://geremiasdocouto.blogspot.com/2010/07/cgadb-e-cpad-que-ponto-chegamos.html

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