quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SERRA NA CIEADEP - Convenção das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus no Estado do Paraná

O candidato José Serra fez uma visita à alguns pastores da Assembleia de Deus que estão confortavelmente instalados e reunidos no luxuoso Hotel Carimã, em Foz do Iguaçú – cidade turística muito apreciada pelas empresas que promovem eventos voltados para vereadores e funcionários comissionados das prefeituras de todo o Brasil, por ser a cidade das cataratas e estar localizada no extremo oeste do estado do Paraná fazendo divisa com a Argentina e o Paraguai que é um verdadeiro paraíso para se fazer compras. Conforme informa a Gazeta do Povo, foi neste ambiente cheio de aconchego que o presidenciável tucano se encontrou no dia 26/10/2010, com os pastores da AD do Paraná e, fez promessas que dificilmente irá cumprir se vir à ser eleito o próximo Presidente do Brasil. O jornal traz a declaração do candidato prometendo vetar o projeto de lei 122/2006, que torna crime qualquer discriminação contra homossexuais, caso seja eleito e caso o projeto venha a ser aprovado pelo Congresso. Se um projeto como esse for aprovado no Congresso Nacional certamente o presidente – qualquer que seja – não terá coragem o suficiente para vetá-lo, e mesmo que venha a acontecer, o veto poderá ser derrubado pelo mesmo Congresso e, então a Lei será publicada e entrará em vigor.
Via de regra quase todo político é mentiroso, pois falando a verdade doa a quem doer é muito difícil ganhar uma eleição num país com tanta diversidade social e cheio de conflitos de interesses como o nosso. Se, estando no meio das “lideranças evangélicas” ele afirmar que é a favor do projeto de lei 122/2006, irá desagradar e, da mesma forma se ele estiver no meio da parada gay irá afirmar que é a favor para poder agradar. E assim ele vai moldando-se às circunstâncias objetivando ganhar o máximo possível de votos e sair vitorioso, e depois... depois não terá problema nenhum considerando que os eleitores nem mesmo irão se lembrar em quem votaram e muito menos quais eram os compromissos de campanha do então candidato. No caso do tucano, ele se moldou tão perfeitamente ao ambiente dos pastores que, segundo a reportagem “o candidato surpreendeu o público ao saudar a “todos na paz do Senhor”, gesto que foi respondido com um sonoro “amém”.

Segue abaixo a íntegra da matéria da Gazeta do Povo e, neste sentido reitero a necessidade e importância de intensificarmos as cobranças junto aos candidatos que elegemos. Para citar alguns que se elegeram e contaram com o apoio oficial da AD do Paraná, segue os nomes: DELEGADO FRANCISCHINI (Deputado Federal), TAKAYAMA (Deputado Federal), GLEISI HOFFMANN (Senadora), além da Deputada Estadual Rosane que é de Araucária, eleita Deputada Federal e contou com o apoio da igreja AD local. Ainda podemos citar outros nomes ligados ao segmento evangélico, como o Deputado Federal ANDRÉ ZACHAROW. Desta forma entendo que o centro da questão está no Congresso Nacional e não na caneta do Presidente.

Edson Leite

OBSERVAÇÃO:
Pesquisa Sensus divulgada nesta quarta-feira (27) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra Dilma Rousseff (PT) com 58,6% dos votos válidos e José Serra (PSDB) com 41,4%.
Fonte – Gazeta do Povo.
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Serra promete vetar lei que criminaliza a homofobia
Por Fabiula Wurmeister

Em encontro com evangélicos em Foz do Iguaçu, tucano diz que igrejas não podem ser proibidas de pregar contra “atos homossexuais”
Foz do Iguaçu - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu ontem vetar o projeto de lei 122/2006, que torna crime qualquer discriminação contra homossexuais, caso seja eleito e caso o projeto venha a ser aprovado pelo Congresso. A promessa foi feita em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, onde o tucano falou para cerca de 800 lideranças que participam da 50ª Convenção de Pastores da Assembleia de Deus no Paraná.
“Do jeito que está, ele [o projeto] passa a perseguir igrejas que têm posições contrárias ao homossexualismo”, disse Serra. “Uma coisa é perseguir e fazer grupos de extermínio contra os gays. Outra é proibir que as igrejas preguem contra atos homossexuais entre seus fieis. Eu vetarei essa lei.”
Questionado sobre como dará andamento ao Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3), o tucano indicou o que considera quatro divergências fundamentais no documento: o desrespeito à propriedade privada, a instituição de mecanismos de controle da imprensa, a criminalização de quem é contra o aborto e a prática da homossexualidade e a proibição de símbolos religiosos em repartições e escolas públicas. Serra disse ainda discordar da proposta de controle social da mídia exposto no plano. “A criação de comitês de controle e de conferências na prática representa censura à imprensa”, afirmou.
Antes de responder às perguntas dos pastores, o candidato surpreendeu o público ao saudar a “todos na paz do Senhor”, gesto que foi respondido com um sonoro “amém”. O candidato foi presenteado com uma Bíblia.
Ao pedir voto, Serra chamou a atenção para a necessidade da “multiplicação dos votos” e disse que todos devem ser capazes de “persuadir outras pessoas que estejam indecisas ou que não têm muita certeza de votar na candidata adversária”. “Nunca a palavra da mentira circulou tanto durante uma campanha como agora.” Hoje a comunidade evangélica reunida em Foz deve receber o candidato a vice-presidente de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer.
Congresso
Serra disse ainda que, caso eleito, terá maioria no Congresso. “Eles [os petistas] estão falando muito que a candidata Dilma [Rousseff] teria maioria no Congresso e eu não. Isso não é fato. Conheço aquilo a fundo e sei bem como as coisas funcionam. Posso dizer que nós vamos ter maioria no Congresso porque os partidos não são homogêneos”, comentou. “Se eu conheço bem o PMDB, do qual fui integrante até 1988, e gente de outros partidos, posso garantir que não será assim.”

Fonte: Gazeta do Povo
http://www.gazetadopovo.com.br/votoconsciente/conteudo.phtml?tl=1&id=1061661&tit=Serra-promete-vetar-lei-que-criminaliza-a-homofobia

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

NÃO HAVENDO SÁBIA LIDERANÇA, O POVO CAI. [Provérbios 11.14 parte “a” – com adaptação]


Em reportagem do dia 14/10/2010 o jornal GAZETA DO POVO trouxe uma informação intrigante envolvendo a candidata do PT à Presidência da República e, segundo o jornal, 51 “lideranças evangélicas”.

Não só na GAZETA DO POVO, mas em praticamente todos os veículos de comunicação o assunto tem sido destaque. Definitivamente os eleitores ligados ao segmento religioso, especialmente os evangélicos, influenciaram diretamente no resultado do primeiro turno das eleições para Presidente do Brasil, e seguramente a participação destes eleitores será determinante na escolha do próximo governante que deverá ser eleito em 31/10/2010. Em princípio seria possível afirmar que o povo de Deus (servos fiéis e zelosos com os princípios bíblicos) alcançaram posição de destaque e estariam agindo como “sal da terra e luz do mundo” [referência – Mateus 5.13 e 14].
A matéria destaca o encontro da candidata do PT com “lideranças evangélicas” com a finalidade de assumir o compromisso, caso seja eleita, que não enviará ao Congresso Nacional projetos de lei para legalizar o aborto e a união civil entre homossexuais, para mudar o registro civil de transexuais e para criminalizar a homofobia e, segundo o jornal “ficou acertado que Dilma irá assinar uma carta assumindo esses compromissos e na qual ela garantirá a manutenção da liberdade religiosa no país”. No entanto, nada disto deve ser levado à sério, pois conforme análise do pastor Geremias do Couto a maioria dos líderes que se encontraram com Dilma sempre esteve “comprometida com a candidata, os quais foram à Brasília certamente com as despesas pagas pelo comitê de campanha, constitui-se número inexpressivo para quem precisa repercutir o novo discurso entre a massa de evangélicos votantes no país. Fica a impressão que os seus coordenadores evangélicos vendem para a candidata uma liderança que não têm”. O pastor Geremias ainda faz a seguinte a análise: “Qualquer compromisso que Dilma Rousseff assuma agora é coisa para inglês ver.” E complementa seu raciocínio com a observação: “O PNDH 3 é o suprassumo de tudo quando Lula prometeu que não iria fazer e fez. É um decreto assinado pelo "falso messias", que afirma as intencões do governo e foi preparado no forno da Casa Civil comandada por Dilma Rousseff.”
Nos dias seguintes ao encontro com as tais 51 “lideranças evangélicas” Dilma divulgou para imprensa a carta onde deveria formalmente constar seu compromisso conforme mencionado, no entanto, o teor foi considerando ambíguo pelos jornalistas que acompanham o assunto, isto é, tenta não desagradar e ao mesmo tempo conquistar o voto dos grupos GLS, pró aborto e evangélicos sendo isso a tradução da expressão usada pelo pastor Geremias “para inglês ver”.
Toda essa discussão é válida, e isso já ficou bem claro, mas o mais importante é que após o fim do período eleitoral seja dado prosseguimento, isto é, seja a Dilma ou o Serra o próximo presidente, os cristãos devem continuar influenciando nas decisões no âmbito do Congresso Nacional, uma vez que foram eleitos vários candidatos ligados ao segmento religioso com a finalidade de serem os nossos representantes. Entendo que nenhum dos dois candidatos tem perfil de cristão, ou seja, quem garante que o Sr. José Serra sendo eleito não cederá às pressões dos grupos que lutam pela legalização do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da criminalização da homofobia. Porque, quanto à ser adepto de vender as empresas estatais nós sabemos que ele é. Então imagine você a Petrobrás nas mãos de empresários ávidos por lucros – mas isso já é outra questão.
Voltando ao Serra “bonzinho” e cheio de traços de bom caráter conforme afirmam os pastores José Welington e Silas Malafaia – inimigos quando o assunto é frequentar a mesma igreja, mas amigos quando o assunto é política. Estas duas figuras se tivessem um pouquinho de bom censo ficariam longe do debate eleitoral, pois o pastor Silas acusou publicamente o pastor José Welington de estar cometendo graves irregularidades na administração da CGADB e CPAD, coisas terríveis que se forem confirmadas, o que poderá acontecer a qualquer momento considerando que existe processo sendo movido no Tribunal de Justiça do Estado Rio de Janeiro por iniciativa de vários pastores de Convenções estaduais da AD, o Sr. José Welington não é “flor que se cheire” e o Sr. Serra pode estar dando um tiro no pé ao colocar em seu horário eleitoral esses dois personagens de caráter duvidoso para pedir votos em favor de sua candidatura. Com relação ao Sr. Welington, ele sempre manteve uma afinidade muito grande com a candidata do PT, chegando, inclusive a ‘flertar” com ela no período pré eleitoral, no entanto, o “namoro” sério mesmo acabou acontecendo com o tucano.
Então vemos claramente a hipocrisia de algumas “lideranças religiosas” que estão se aproveitando do momento, como sempre fizeram, para ganhar posição de destaque e aumento de poder, uma vez que não existe nenhuma preocupação com as questões morais e éticas, não fosse assim a candidata Marina Silva, que professa o cristianismo, teria alcançado apoio irrestrito de todas às religiões evangélicas, mas ao contrário estão se “abraçando” com aquele que, ao seu ver, tem mais chances de vencer, ou seja, querem mesmo é garantir um “lugar ao sol” na capital federal (Brasília).
Quem assistiu a entrevista do Serra ao Jornal Nacional, edição de 19/10/2010, deve ter percebido que ele não acha errado legalizar o aborto quando, ao responder uma pergunta da jornalista Fátima Bernardes fez esta afirmação: “...nunca explorei isso do ponto de vista de que ela estaria errada por ser a favor do aborto. O que acontece é que ela afirmou uma coisa e depois afirmou o oposto.”, com isso vemos que o Sr. Serra não acha que o aborto seja um crime, seja uma imoralidade, isto é, ele acha errado a contradição da Srª Dilma.

A conclusão que se pode tirar neste momento considerando que a Marina Silva não tem mais chances de ser a próxima governante desta nação, é que temos que cobrar uma atuação firme por parte daqueles que elegemos para ocupar uma cadeira no Congresso Nacional, tendo como principal finalidade representar os nossos interesses, pois a ideia quando se criou as Câmaras municipais, as Assembleias e o Congresso Nacional foi justamente essa de ter representantes defendendo aquilo que achamos ser bom para nós povo brasileiro levando em consideração os diversos grupos sociais.
No entanto, isto não significa que devemos depositar toda nossa confiança e esperança no homem, mas, antes de tudo devemos continuar orando e pedindo a misericórdia do Deus Altíssimo.

Edson Leite
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Segue abaixo a íntegra da matéria da Gazeta do Povo.
Petista se compromete a não legalizar o aborto
De olho no voto do eleitor religioso, a candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, se comprometeu ontem, caso seja eleita, a não enviar ao Congresso Nacional projetos de lei para legalizar o aborto e a união civil entre homossexuais, para mudar o registro civil de transexuais e para criminalizar a homofobia. Todos esses pontos, agora renegados por Dilma, faziam parte da primeira versão do polêmico 3.º Plano Nacional de Direitos Humanos, elaborado pelo governo Lula no ano passado.
Em reunião realizada ontem no almoço em Brasília, com a presença do presidente Lula e de 51 lideranças evangélicas, ficou acertado que Dilma irá assinar uma carta assumindo esses compromissos e na qual ela garantirá a manutenção da liberdade religiosa no país.
“Não vamos enviar nenhuma lei deste tipo ao Congresso, com relação à lei de aborto e outras”, disse Dilma horas mais tarde, em Teresina, Piauí. “Ficamos de discutir os termos de uma carta-compromisso. Agora, o grande compromisso que assumo, que o Estado é laico e não vai interferir em questão religiosas. O Estado não será de uma religião.”
Dilma frisou também que a união civil entre homossexuais não é questão relativa à religião. Segundo ela, o casamento entre gays diz respeito às igrejas. Já a união estável é uma questão de Direito Civil entre cidadãos e não de caráter religioso, explicou.
Dilma disse também que não pode conceder direitos a um tirando o direito dos outros, ao se referir ao projeto de lei que criminaliza o preconceito contra homossexuais, condenado pelas igrejas evangélicas. “O preconceito contra o homossexual, temos que condenar. A parte relativa a criminalizar as igrejas, quando dentro delas existe manifestação que elas não aceitam [a homossexualidade], isso é um absurdo. Criminalizar é um excesso. Tem que ter equilíbrio. Não podemos exigir que as igrejas aceitem com aquilo que elas não concordam”, disse a petista. “A lei pune a discriminação e o preconceito dele. Tem uma parte da lei [na verdade, o projeto de lei] que está errada, porque torna crime o que não deve ser crime.”
A guinada conservadora na campanha da petista ocorre para estancar a perda de votos no segmento religioso, principalmente em função da posição anterior de Dilma em relação ao aborto. Em 2007, ela afirmou ser a favor da legalização da interrupção da gravidez – o que gerou uma forte reação contra a candidata entre padres, pastores e eleitores religiosos. No final do primeiro turna da eleição deste ano, Dilma mudou de posição. Mas não conseguiu reverter a insatisfação desse eleitorado – o que agora tentará fazer ao assinar a carta-compromisso.
As lideranças evangélicas que se reuniram ontem com Dilma prometeram anunciar, nos cultos que celebram, o apoio à candidatura de petista.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br
Link: http://www.gazetadopovo.com.br/votoconsciente/conteudo.phtml?id=1056985&ch

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DILMA, ABORTO, EVANGÉLICOS E ELEIÇÕES

Dilma Rousseff se enrosca toda na questão da descriminalização do aborto e, não ter ganho as eleições no primeiro turno está tendo um gosto amargo de derrota. Em matéria de hoje (05/10/2010) o jornal Folha.com faz a seguinte afirmação:
“Acuado pela perda de votos de evangélicos na reta final do primeiro turno, o PT ensaia deixar de lado a defesa programática da descriminalização do aborto e já planeja retirar a proposta do programa do partido, aprovado em congresso”.

Com exceção dos temas polêmicos do aborto e do casamento entre pessoas de mesmo sexo, sem falar em outros aspectos da candidata do PT, ficou muito difícil decidir quem é menos pior dos candidatos, se a Dilma ou o Serra. Desta forma o cenário se tornou muito desanimador, pois fatalmente um deles irá governar o país nos próximos quatro anos a partir de janeiro de 2011.
Falando em temas polêmicos o pastor Geremias do Couto informa em seu blog (geremiasdocouto.blogspot.com) mais uma derrota dos defensores da imoralidade:

“A senadora Fátima Cleide, relatora do PLC 122/06, não se reelegeu ao Senado. Embora os líderes do movimento homossexual tenham feito aguerrida campanha em seu favor, ela obteve 16,05% dos votos, a metade do segundo colocado. Soube que a senadora buscou apresentar-se durante a campanha como defensora dos princípios cristãos, mas o povo de Rondônia não engoliu o discurso e mandou-a de volta para casa pelas posições claramente assumidas em favor da agenda gay.”

Mesmo os jornais dando destaque ao que pode sinalizar que os evangélicos estão mais conscientes com relação à questões políticas, ainda estamos muito longe do ideal. Isto considerando que ainda se vê muitas pessoas fazendo uso da igreja, enquanto instituição, para fazer negociatas em épocas de eleições, sendo este um fator que tem ofuscado em muito a imagem de povo unido, que do contrário, os crentes poderiam ostentar sem questionamentos.
Segue abaixo a íntegra da matéria da Folha.com.
Boa leitura.
Edson Leite
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PT estuda tirar aborto de programa para estancar queda de Dilma entre religiosos
Acuado pela perda de votos de evangélicos na reta final do primeiro turno, o PT ensaia deixar de lado a defesa programática da descriminalização do aborto e já planeja retirar a proposta do programa do partido, aprovado em congresso.
A medida deve ser discutida em reunião da Executiva do PT, como forma de responder aos rumores contra a candidata à Presidência, Dilma Rousseff, apontados como o principal motivo para o crescimento de Marina Silva (PV), contrária à legalização do aborto, e a consequente ida da disputa presidencial ao segundo turno.
O primeiro contra-ataque partiu do secretário de Comunicação do PT, André Vargas. "O Brasil verdadeiramente cristão não votará em quem introduziu a pílula do dia seguinte, que na prática estimula milhões de abortos: Serra", disse em seu Twitter.
A pílula do dia seguinte é um dos métodos contraceptivos criticado pela Igreja Católica e distribuída pelo Ministério de Saúde. Diferentemente do que Vargas sugere, sua adoção foi decidida antes de o tucano José Serra, rival de Dilma no segundo turno, ser titular da pasta.
O secretário de Comunicação do PT defende ainda o isolamento da ala do partido pró-legalização. "Agora é hora de envolver mais dirigentes na campanha. Foi um erro ser pautado internamente por algumas feministas. Eu e outros fomos contra".
Um dos coordenadores da campanha de Dilma, José Eduardo Cardozo, reconhece que a resolução do PT, pró-descriminalização do aborto, não é unânime no partido e não é a posição de Dilma.
Antes de ser candidata, Dilma defendia abertamente a descriminalização da prática --o fez, por exemplo, em sabatina na Folha em 2007 e em entrevista em 2009 à revista "Marie Claire". Depois, ao longo da campanha, disse que pessoalmente era contra a proposta. Hoje, diz que repassará a discussão ao Congresso.
O tema se tornou tão incômodo que ontem, ao "Jornal Nacional", Dilma o citou mesmo sem ter sido questionada (ela teve um minuto e meio para "dar uma mensagem aos eleitores").
"Eu tenho uma proposta de valores. Um princípio nosso de valorizar a vida em todas as suas dimensões".
A senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que a defesa da descriminalização do aborto pode até ser defendida por algumas alas do partido, mas pode "custar a Presidência da República".
Já o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), puxador de votos evangélicos, disse que chegou a perder votos porque defendia Dilma, que "erroneamente" era associada a afirmações anticristãs.
Além do PT, o PMDB também defende uma ação para combater a associação de Dilma ao tema aborto, que virou onda de e-mails e comentários em meios religiosos.
Os peemedebistas querem que a candidata divulgue, enfim, um programa de governo deixando claro ser contra a legalização.
Ontem, Dilma reconheceu que a campanha percebeu muito tarde a onda associando seu nome ao tema do aborto e a uma fala, que ela não disse, de que nem Jesus Cristo tiraria dela a vitória.
Sobre a presença do presidente Lula na campanha, Dilma não precisou seu papel. "O presidente Lula a gente não pode falar em dose, ele não é o remédio é solução", disse.
Fonte: Folha.com