sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

JORNAL GAZETA DO POVO NOTICIA MORTE DO PASTOR PIMENTEL

O jornal Gazeta do Povo em sua edição de 25/02/2011 (internet) noticiou o falecimento do Pastor José Pimentel de Carvalho, ocorrido em 24/02/2011. O texto de responsabilidade da jornalista Vanessa Prateano, destaca que o referido pastor chegou em Curitiba no ano 1962, quando a igreja não tinha mais que 700 membros e, atualmente conta com mais de 90 mil. Segundo o texto o pastor “pedia aos demais para ser chamado de ‘irmão Pimentel’, era um dos três líderes ainda vivos que chegaram a conhecer os fundadores da igreja no país e esperava ansioso pelas comemorações do centenário da Assembleia de Deus, fundada por missionários suecos em 1911.”

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

PASTOR JOSÉ PIMENTEL DE CARVALHO - MORRE UM DOS MAIORES ÍCONES DA AD-BRASIL


Morreu na manhã desta quinta-feira, 24 de fevereiro, o pastor José Pimentel de Carvalho, presidente da Assembleia de Deus em Curitiba desde 1962.

Sua saúde estava debilitada havia alguns anos. Ele sofria com falência múltipla dos órgãos e nos últimos meses já não podia caminhar. No hospital, permaneceu sedado e em isolamento nos últimos dez dias. Ele também contraiu uma infecção hospitalar e não resistiu.

Fonte: "O BALIDO"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

REQUIÃO, TIRIRICA E A BANCADA EVANGÉLICA


O governo Dilma começou tendo um “grande desafio” pela frente, isto é, a aprovação no Congresso Nacional do novo valor do salário mínimo. Na Câmara a proposta governista de R$ 545,00 passou com folga e evidenciou o que todos nós já deveríamos saber, ou seja, que a tal da Bancada Evangélica não existe e que os interesses pessoais sobrepujam os interesses coletivos – neste caso em especial as pessoas mais pobres que dependem do salário mínimo para sobreviver. Mas uma coisa chama-nos a atenção nesta votação. Todos os deputados evangélicos votaram segundo orientação de seus partidos, a maioria votou na proposta do governo, com exceção dos evangélicos tucanos cuja proposta do PSDB era de R$ 600,00. No entanto, o palhaço Tiririca, que não é evangélico, não acatou a orientação do seu partido e votou contra a proposta de R$ 545,00 da presidenta Dilma e, segundo noticiado pela imprensa, assim que terminou de votar Tiririca foi cercado pelos companheiros de partido, que, na tentativa de amenizar as coisas afirmavam que o novato parlamentar havia se atrapalhado e errado o voto, isto é, mesmo pensando no “SIM” apertou o “NÃO”. Só que o próprio Everardo (Tiririca) tratou de confirmar que sua intenção era mesmo a opção “NÃO” acrescentando que ele vota com o povo.
Para a votação no Senado, o senador paranaense Roberto Requião, cujo partido é o PMDB o mesmo do vice-presidente Michel Temer, criticou duramente os deputados que votaram favoravelmente à proposta do governo e declarou que irá votar na proposta que prevê o valor de R$ 560,00 para o mínimo.

"O pessoal diz que a Câmara foi violentada. Não foi. Ela não se deu o respeito, não criticou, não raciocinou e votou na esperança da manutenção das emendas parlamentares e da nomeação de cargos no governo."
"Eu não faço oposição à Dilma e não aceito retaliação. Aliás, a única possibilidade que teriam de me retaliar seria tirar a Dilma do governo, que foi a minha única indicação para o governo federal. Não indiquei mais ninguém. E nem vou indicar." [Roberto Requião, segundo o blog Conexão Brasília, comentando sobre seu posicionamento de votar na proposta de R$ 560,00 para o salário mínimo]

Possível condição de analfabeto com consequente falta de capacidade em distinguir o “SIM” do “NÃO” e o discurso demagogo – o certo é que os deputados evangélicos foram superados por alguém sem nenhum grau de instrução que até pouco tempo atrás carregava fama de quem só sabia fazer palhaçadas, pois demonstrou que está mais sensível às causas dos menos favorecidos. O salário mínimo representa o único meio de sobrevivência para milhões de brasileiros, principalmente aposentados do INSS e, por isso, cada real de reajuste concedido ao mínimo causa um enorme baque no orçamento do governo federal. No entanto, sobra somente aos aposentados que ganham salário mínimo o fardo pesado de se fazer economia e reduzir o gasto público. Enquanto isso a farra (gasto desenfreado) daqueles que votam a favor de um salário de R$ 545,00 aumenta cada vez mais. Aí, somos obrigados a concordar com a fala do ex-governador do Paraná, e atual senador Roberto Requião, de que os deputados não se deram o respeito, não raciocinaram e votaram na intenção de barganhar a nomeação de apadrinhados em cargos públicos.

Não há expectativas de que este quadro mude. Somente a certeza de um dia irmos morar com Cristo é que nos impulsiona seguir firmes sem se deixar levar pelas coisas deste mundo.

Edson Leite

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CIÊNCIA E FÉ


No site do jornal GAZETA DO POVO é possível encontrar blogs que tratam de temas específicos como política, humor, animais de estimação, esportes, e etc.. Dentro deste universo de temas um deles me chamou a atenção – ciência e religião – por tratar de assunto muito importante considerando que nos últimos anos temos presenciado gigantesco avanço tecnológico. Em especial o texto “Ciência e fé longe da internet e perto da vida real” merece destaque, pois, segundo seu autor a religião deve orientar as pessoas nas escolhas daquilo que a ciência disponibiliza, afirmando ainda que “ciência não é apenas teoria, mas também se compõe de práticas e tecnologias; a religião não é apenas teologia ou afirmações sobre a existência de Deus, mas também sobre a moralidade que guia as pessoas no seu dia a dia, por exemplo.” Em outro trecho do texto o autor defende a necessidade de, quando se falar ciência, fazer a diferenciação “entre as teorias científicas e as práticas científicas e tecnológicas” e, quando falarmos de fé é necessário que haja distinção entre “definições teológicas e orientações morais”.

Este texto pode ser visto apenas como informação, mas também é um apelo à reflexão sobre os limites de atuação e interferência, da ciência, no curso da vida, pois, sabemos que tecnologicamente parece não ter limitações, mas, contrapondo esta com os preceitos bíblicos, isto é, como será que o Deus criador de todas as coisas tem visto esta questão?

Segue abaixo o referido texto. Boa leitura.

Edson Leite
____________________________________________________________________
Ciência e fé longe da internet e perto da vida real
Marcio Antonio CamposTUBO DE ENSAIO – Ciência e Religião - www.gazetadopovo.com.br
http://www.gazetadopovo.com.br/blog/tubodeensaio/index.phtml?id=1093091&ch=

Eu acho curioso que o Huffington Post descreva Noah Efron apenas como "vereador na cidade de Tel Aviv". Ele também é professor na Universidae Bar Ilan e já assessorou o governo e o parlamento israelenses em assuntos de biotecnologia, entre outras coisas. Mas o que importa para nós hoje é que no fim da semana passada ele escreveu um texto bem interessante sobre como a relação entre ciência e religião não se limita ao plano das ideias.
Ele começa dizendo que costumamos simplificar nossa noção tanto de ciência quanto de religião (às vezes de propósito, para deixar o "conflito" surgir mais facilmente), mas na verdade essas duas realidades são bem mais complexas. É como já dissemos aqui em outras oportunidades: ciência não é apenas teoria, mas também se compõe de práticas e tecnologias; a religião não é apenas teologia ou afirmações sobre a existência de Deus, mas também sobre a moralidade que guia as pessoas no seu dia a dia, por exemplo. É por isso que, uma vez, critiquei a terminologia de uma pesquisa de opinião que perguntava às pessoas se elas viam "conflito entre ciência e fé" na sua vida e na sociedade em geral. Sem diferenciar entre as teorias científicas e as práticas cientíticas e tecnológicas, ou entre definições teológicas e orientações morais, era difícil saber no que exatamente as pessoas estavam pensando ao responder: em Darwin ou nas células-tronco embrionárias?
E é daqui que Efron parte para sua argumentação: quando falamos de "ciência e religião", logo nos vêm a cabeça imagens como a da discussão sobre criacionismo e evolucionismo, ou Design Inteligente, ou o Big Bang, e por aí vai. É uma discussão de ideias. O que Efron afirma é que, embora esses dilemas sejam reais, eles não são os principais. A verdadeira relação entre ciência e fé se dá no dia a dia, em decisões às vezes difíceis e que nos afetam diretamente: por exemplo, até onde ir para buscar uma cura? Ou um filho? A ciência nos dá as informações e as ferramentas para fazer muitas coisas, mas algo se torna correto ou justo pelo simples fato de ser tecnicamente possível? Aí entra a religião para orientar as pessoas em suas escolhas.
É bem significativo que Efron mencione um recente texto de Bento XVI sobre o mundo virtual para nos fazer um alerta: talvez estejamos prestando atenção demais aos embates virtuais e nos esquecendo dessas ocasiões do dia a dia em que ciência e fé se encontram. O pesquisador promete, nos próximos artigos, dar exemplos bem concretos de como essa relação se processa no cotidiano. Vamos acompanhar.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A FAMÍLIA ENCRENCA E O HOMEM QUE MULTIPLICA FIÉIS

Nos últimos dias, duas das revistas mais lidas do país, publicaram reportagens tendo como assunto principal igrejas evangélicas e/ou seus líderes. Primeiramente a revista ISTOÉ dedicou a reportagem de capa, de sua edição do dia 28/01/2011, para falar do espantoso crescimento da Igreja Mundial do Poder de Deus. A reportagem é muito interessante, e traça o perfil completo do autointitulado apóstolo e líder da Igreja Mundial – Valdomiro Santiago. Sob o título “O HOMEM QUE MULTIPLICA FIÉIS” os jornalistas Rodrigo Cardoso e João Loes citam os impressionantes números alcançados pela Igreja Mundial, como por exemplo o investimento mensal de 40 milhões de reais para manter toda sua estrutura – citando também o fato de que “no primeiro dia de 2011, o religioso ganhou minutos preciosos em rede nacional por causa da massa impressionante de discípulos que conseguiu arregimentar em pleno 1º de janeiro, vinda de todos os cantos do Brasil para celebrar com ele no autódromo de Interlagos. Segundo os organizadores do evento, havia lá 2,3 milhões de pessoas.”

Já na revista ÉPOCA, do início de fevereiro, o jornalista Leonel Rocha escreveu uma pequena matéria sob o título “O CASAL ENCRENCA DA CÂMARA”. O casal citado refere-se ao deputado federal Silas Câmara e sua esposa, que também foi eleita deputada federal na última eleição, sendo que a matéria destaca que os dois são evangélicos e líderes da Assembleia de Deus e, relaciona os vários crimes que o casal teria cometido.

Observação:
Segue abaixo o conteúdo completo das matérias, sendo que ao final de cada reportagem encontra-se o link para acesso diretamente na página da revista na internete.


Boa leitura.

Edson Leite

__________________________________________________________________
O homem que multiplica fiéis

Com discurso de homem do povo, carisma inato e um aparato de comunicação competente, Valdemiro Santiago faz sua Mundial ascender ao topo das igrejas neopentecostais do Brasil

Rodrigo Cardoso e João Loes. - Revista ISTOÉ

Com microfone em punho, Valdemiro Santiago de Oliveira, todo-poderoso líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), caminha bambeando de um lado para outro do altar fincado bem no centro de um galpão de 18 mil metros quadrados, localizado no Brás, bairro da região central de São Paulo. Dez mil pessoas se aglomeram ao redor do autointitulado apóstolo, em estado de atenção e êxtase, à espera de uma palavra, um toque, um abraço. Com o rebanho em suas mãos, e um timing digno de showman, ele chora, gargalha, transpira. Está entregue à multidão. A voz rouca sai carregada de ironia e ornamentada por um sorriso de canto de boca. “Está um congestionamento aqui fora. Ouvi dizer que acontece uma feira na redondeza!”, diz. Mas não há feira nenhuma. O movimento na região é provocado pelos concorridos cultos desse mineiro de 47 anos, natural de Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte. E Santiago sabe muito bem disso. Há 30 anos no movimento neopentecostal brasileiro, segmento que mais cresce no Brasil (deve chegar a 40 milhões de adeptos no novo Censo), o homem forte da Mundial é o mais fulgurante fenômeno religioso do Brasil atualmente. Sua identificação direta com a massa – é negro, tem sotaque caipira e português falho, trabalhou na roça e passou fome – o coloca nos braços humildes e carentes daqueles que procuram uma solução espiritual para as mazelas da vida.
“Quem me viu na tevê? Quem foi a Interlagos?”, questiona Santiago, enquanto os fiéis, contidos por obreiros, se debatem e gritam em sua direção. No primeiro dia de 2011, o religioso ganhou minutos preciosos em rede nacional por causa da massa impressionante de discípulos que conseguiu arregimentar em pleno 1º de janeiro, vinda de todos os cantos do Brasil para celebrar com ele no autódromo de Interlagos. Segundo os organizadores do evento, havia lá 2,3 milhões de pessoas. Nos dias 9 e 11 de janeiro, quando a reportagem de ISTOÉ acompanhou os cultos na sede mundial da IMPD, no Brás, uma antiga fábrica comprada por R$ 60 milhões em 60 parcelas de R$ 1 milhão, o apóstolo faturou sobre essa exposição em horário nobre. “Ninguém pode dizer que sou um sujeito dotado de uma inteligência, uma sabedoria”, disse Santiago à ISTOÉ, currículo escolar findo no quinto ano do ensino fundamental, mas alinhado em um terno bem cortado, gravata, camisa com abotoaduras douradas e sapatos tamanho 44 impecáveis. “Quem olha a minha vida e faz uma análise não tem como não glorificar Deus.”
De fato, o garoto que perdeu a mãe aos 12 anos e caminhava oito quilômetros por dia para levar marmita para os familiares na roça lidera, hoje, um império religioso que conta com três mil igrejas espalhadas pela América do Sul e do Norte, Europa, Ásia e África e 4,5 milhões de fiéis, de acordo com dados da própria IMPD (leia ao lado quadro comparativo com outras denominações evangélicas). Treze anos depois de fundar a Mundial, o homem que gosta de cultivar a fama de matuto mora em um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo, e tem na garagem três carros importados blindados – uma Land Rover, um Toyota e um Peugeot. Motoristas e seguranças particulares estão sempre à sua disposição. Helicópteros e um jato particular também. A Igreja Mundial, por sua vez, tem inaugurado um novo templo por semana e honra, mensalmente, uma despesa em torno de R$ 40 milhões. O dinheiro da igreja vem, principalmente, do dízimo arrecadado. Membros da IMPD estimam receber de doação em seus cultos uma média de R$ 10 por fiel. Há, ainda, envelopes nas cores ouro, prata e bronze. Pastores afirmam que a diferenciação não está diretamente ligada ao valor a ser dado à igreja. Segundo eles, cada tipo de envelope contém uma mensagem diferente. Nesse primeiro mês de 2011, o apóstolo reforçou o pedido por doações argumentando despesas com emissoras de tevê e rádio. “Ano novo, contratos novos e reajustados... Essa semana preciso muito de sua ajuda. Quem pode trazer até terça-feira R$ 100?”, perguntou Santiago. A quantia foi diminuindo à medida que o tempo ia passando. “E uma oferta mínima de R$ 30? Quem puder, fique de pé que o obreiro irá dar o envelope.”
É a mística de milagreiro de Santiago a chave de seu sucesso e a responsável pelo fenômeno da multiplicação de fiéis à sua volta. E a televisão amplifica em doses continentais esse poder de comunicação inato do líder evangélico. Atualmente ele ocupa 22 horas diárias na programação da Rede 21, que pertence ao grupo Bandeirantes, ao custo de R$ 6 milhões mensais. Com mais R$ 101 mil por mês, pagos à Multichoice, empresa sul-africana distribuidora de sinal, também está no ar em Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Líbia, Zimbábue e Botswana. Na telinha, o que se vê são os cultos de Santiago em seus templos. Para isso, a performance do pastor é acompanhada, minuto a minuto, por fotógrafo e uma equipe de cinegrafistas, que registram tudo para ser divulgado, além da tevê, no jornal, na revista e na rádio da igreja. Na África do Sul, a Mundial possui uma hora de programação na TV Soweto, ao custo de R$ 59 mil mensais. Em Maputo, a capital de Moçambique, uma tevê e uma rádio já estão sob o domínio da corrente evangélica do ex-roceiro, fissurado, segundo palavras dos próprios membros da igreja, por se comunicar com os súditos via tevê. Afinal, se em um templo como o do Brás o apóstolo consegue falar para 30 mil pessoas, no ar, citando apenas os que possuem antena parabólica no Brasil, ele chega a 25 milhões de lares via Rede 21.

Não e à toa que, anunciados pela telinha, seus eventos estão sempre lotados. “Aquela máxima da publicidade de que uma imagem vale mais do que mil palavras se aplica muito bem a Valdemiro”, afirma Ronaldo Didini, ex-membro da cúpula da Universal e braço-direito de Santiago, que responde pela estratégia de mídia da igreja. Além dele, são dirigentes da Mundial um consultor financeiro, também ex-Universal, e três deputados eleitos no último pleito – dois federais (José Olímpio, PP/SP e Francisco Floriano, PR/RJ) e um estadual (Rodrigo Moraes, PSC/SP). “As coisas são cada vez mais rápidas e profissionalizadas na Mundial”, diz o pesquisador Ricardo Bitun, autor da tese “Igreja Mundial do Poder de Deus: Rupturas e Continuidades no Campo Religioso Neopentecostal”, defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Isso ocorre, em grande parte, por conta de um fenômeno conhecido como nomadismo religioso. Se durante muito tempo a Igreja Católica era a maior fornecedora de ovelhas ao rebanho pentecostal, agora esses últimos trocam de fiéis entre si. “Meu trabalho é o altar; meu negócio é multiplicar as almas”, diz Santiago, que também fatura com a crise de igrejas como a Renascer em Cristo, por exemplo, que perdeu em 2010 seus discípulos mais ilustres, o jogador de futebol Kaká e sua mulher, Caroline Celico. A ascensão de Santiago ao olimpo dos líderes religiosos do Brasil começou a ser moldada em 1976, quando, aos 16 anos, ele se converteu ao protestantismo. Naquela época, o garoto revoltado e de difícil trato, que em Cisneiros cuidava de marrecos, arava a terra e colhia ovos de anu para fazer omelete, morava com um dos 12 irmãos na mineira Juiz de Fora. Nessa cidade, trabalhava como pedreiro e levava uma vida desregrada. Dormia muitas noites na calçada e era viciado em drogas – ele se limita a dizer que consumia “álcool e substâncias sintéticas em forma de comprimidos”. Até que um pastor lhe estendeu a mão e Santiago passou a pregar. Foi obreiro, pastor, bispo e membro da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Nos templos de Edir Macedo, atuou por 18 anos e se desligou em 1997, depois de um suposto desentendimento com o líder evangélico. Já havia, porém, decorado a cartilha de seu mentor. Pesquisador da área da sociologia da religião, Ricardo Mariano afirma que as crenças e práticas mágico-religiosas da Mundial são uma cópia da Universal. Tanto que até o nome da igreja de Santiago, Igreja Mundial do Poder de Deus, é uma evidente inspiração na primeira casa: Igreja Universal de Reino de Deus. Perspicaz, o religioso caipira foi beber da fonte que já havia sido aprovada pelo público. Tanto que, além de convidar parte da cúpula da IURD, atraiu também dezenas de pastores, prática que adotou até um ano atrás, quando membros da Mundial começaram a temer que houvesse “universais” infiltrados em suas fileiras.
No altar da igreja que fundou em 1998 Valdemiro passou a receber portadores do vírus da Aids, doentes de câncer e até cadeirantes desenganados pela medicina. As pessoas em cadeira de roda são, até hoje, um dos campeões de audiência. É comum encontrar no templo fiéis carregando para o alto cadeiras de roda, num gesto explícito de libertação. Em um programa no início de janeiro, o apóstolo protagonizou, via tevê, uma situação do tipo. Ao seu lado, caminhando, um ex-paralítico afirmava ter permanecido imóvel por 15 anos. A reportagem de ISTOÉ tentou contato com esse homem, mas membros da cúpula da Mundial disseram ser impossível localizá-lo, pois as fichas de identificação ainda não estão informatizadas e há muitos casos como o dele.
O pastor mineiro usa como nenhuma outra liderança pentecostal os depoimentos de enfermos e a evocação da cura divina. Juntos, eles provocam uma catarse espiritual. Os fiéis da IMPD fazem fila para testemunhar, no altar ao lado do apóstolo e com exames médicos em punho, que a medicina já os havia desenganado, mas que a intervenção milagrosa os salvou. “Na Igreja Mundial, o toque no corpo de Santiago é muito valorizado”, diz o sociólogo da religião Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo (USP). Aos 61 anos, a católica catarinense Aledir Lachewtz, 61 anos, levou fotos e roupas de sua tia octogenária que sofria com um edema pulmonar para serem abençoadas em um culto na IMPD. “Os médicos diziam que não tinha mais jeito”, conta Aledir. “Mas, depois das bênçãos, novos exames não apontaram mais nada. O apóstolo tem muito poder de cura.” Essa espécie de pronto-socorro espiritual, como define o teólogo Edin Abumansur, da PUC-SP, floresce de modo particular na Mundial. Enquanto Santiago prega, dezenas de placas com os dizeres “Aqui tem milagre” são levantadas por obreiros para auxiliá-lo. Selecionado previamente e de posse de exames médicos que revelariam primeiro a enfermidade e, em seguida, o desaparecimento dela – chamado na IMPD de “o antes e o depois” –, o fiel é alçado ao microfone ao lado do pastor. E é nessa hora que o líder da Igreja Mundial vira astro.
Do alto de seu 1,90 e 103 quilos (chegou a ter 153, mas emagreceu após uma cirurgia bariátrica, há oito anos), o apóstolo grampeia o rosto da pessoa contra o seu peito. Abraça, chora e grita, como fez com a mãe que atribuiu a cura de sua filha de 6 anos, que voltou a andar e a falar contrariando prognósticos médicos, segundo ela, à fé e às orações feitas na IMPD. “Esse Deus é poderoooso! Isso é para sacudir o barraco do cramunhão e botar pra baixo!”, berra o religioso. Ricardo Mariano, professor do programa de pós-graduação em ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e um dos maiores especialistas do Brasil em movimento neopentecostal, contextualiza: “A ênfase pentecostal na cura divina já tem mais de 60 anos e foi uma das principais responsáveis pelo crescimento desse movimento religioso na América Latina e na África. Desde então, constitui uma das iscas mais atraentes de potenciais adeptos aos templos.”
Além da eloquência com que evangeliza, Santiago ficou conhecido por usar chapéus típicos de quem se criou no meio do mato. Assim também é visto em seus finais de semana, que acontecem, como ele diz, às quartas-feiras. Nesses dias, ele se tranca em um sítio, em Santa Isabel, a 50 quilômetros de São Paulo. Lá, desfruta de um pesqueiro, da piscina e do campo de futebol, onde organiza e disputa campeonatos entre times formados por membros de seu ministério. “Mas o que gosto mesmo é de sentar na beira do rio, com minha varinha de pescar”, diz. “Sou um sujeito de pouca educação. É uma coisa de chucro, de caipira”, completa ele, uma espécie de Tim Maia do altar, que passa boa parte do culto distribuindo broncas em obreiros, cinegrafistas e músicos que o acompanham. “Ô, oreiúdo (orelhudo), abre passagem para a mulher chegar até aqui”, disse o chefe da IMPD a um pastor, no culto do domingo 9, provocando gargalhadas nos súditos.
Nem mesmo a esposa, a bispa Franciléia, com quem vive há 26 anos, e as duas filhas do casal, Rachel, 25, e Juliana, 23, que também trabalham em prol do ministério, escapam de seus pitos. O apóstolo também é conhecido por ser incansável na rotina de sua Mundial. Há dias em que nem volta para casa. “Tenho um quarto na igreja”, conta Santiago, referindo-se ao templo do Brás. “Em casa, tenho dormido três, quatro vezes no mês”, completa ele, que diz desfrutar, por noite, de apenas quatro horas de sono. Membro da IMPD, Fernando Trizi reforça o fato. “Antigamente, muitos fiéis dormiam aqui na igreja. E, algumas vezes, o apóstolo acordava de madrugada, descia do quarto e, de pijama, orava com eles.” Ao valorizar a ingenuidade e a simplicidade, o religioso prosperou. “O que chama mais a atenção é a emergência de uma autoridade religiosa pentecostal de expressão nacional negra, tal como o restante da cúpula da igreja”, diz Mariano, autor de “Neopentecostais: Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil” (Edições Loyola, 1999). Ao contrário de outras neopentecostais de peso, como a Renascer e a Universal, que ficaram mais requintadas em relação ao público que as frequenta, prometendo prosperidade àqueles que também desejam ascensão material, a Mundial tem acolhido a classe menos favorecida, um aglomerado de gente humilde que não se identifica mais com as outras denominações.
Na IMPD, porém, essas pessoas enxergam em seu líder uma figura que, mesmo de terno e gravata e sob os holofotes, fala a língua delas. Foi por meio dessa habilidade inata que muitas personalidades deixaram para trás o passado sofrido e se tornaram notórias. “O Valdemiro é como o Silvio Santos ou o Lula. O camelô que deu certo, mas nunca deixou de ser camelô. O metalúrgico que virou presidente da República, mas não deixou de ser metalúrgico”, compara Bitun. Os astro evangélico promete milagres como se contasse um causo. Apelo irresistível aos corações aflitos.

Revista ISTOÉ
http://www.istoe.com.br/reportagens/122005_O+HOMEM+QUE+MULTIPLICA+FIEIS?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
O CASAL ENCRENCA DA CÂMARA

Silas e Antônia são casados, mas foram eleitos por Estados diferentes. Eles colecionam problemas na Justiça
Leonel Rocha - Revista Época


Os deputados Silas Câmara e Antônia Lúcia no plenário da Câmara, na semana passada. Eles fazem tudo juntos, mas se separaram para se candidatar
A deputada federal estreante Antônia Lúcia e o deputado federal Silas Câmara, reeleito para o quarto mandato, têm muito em comum. Eles são evangélicos, líderes da Assembleia de Deus e filiados ao mesmo partido, o PSC. Casados, moram na mesma casa, em Manaus. A única diferença é que foram eleitos por Estados diferentes: ele pelo Amazonas, ela pelo Acre. O caso pode parecer estranho, mas é formalmente legal. Foi a maneira encontrada para driblar a lei. Se tivessem o título de eleitor no mesmo Estado, não poderiam ser candidatos ao mesmo cargo. Em Brasília, vão morar juntos, no apartamento funcional ocupado por Silas. Mesmo assim, ela não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 2.500 por mês.
O truque do registro em outro Estado e a apropriação questionável dos R$ 2.500 são as dúvidas mais leves que pairam sobre o casal. Antônia responde a sete ações no Acre: compra de voto, falsidade ideológica, fraude processual, formação de quadrilha, peculato, uso de caixa dois e falso testemunho. Um pedido de prisão preventiva chegou a ser aprovado em 2010. Os desembargadores entenderam que ela tinha fornecido endereço falso para se livrar de intimações e atrasar processos. Entre eles está um em que é acusada de distribuir 1.200 litros de combustível numa carreata.
Silas não é menos enrolado. Ele foi investigado pela Polícia Federal (PF) a pedido da Justiça Eleitoral do Amazonas. Escutas desvendaram as peripécias do casal nas campanhas simultâneas. O caso mais grave foi em setembro, quando a PF prendeu Heber e Milena Câmara, filhos do casal que estavam com R$ 475 mil sem origem declarada. O Ministério Público diz que o dinheiro tinha sido enviado pelo marido, do Amazonas, para a campanha da mulher, no Acre. Seria gasto com a compra de votos e despesas de caixa dois.
As escutas mostram que Antônia e Silas se assustaram, mas não se intimidaram com a prisão dos filhos. Por telefone, ela deu a notícia ao marido: “Nossos dois filhos foram presos na PF”. Ele perguntou sobre a acusação. Resposta: “Não sei. Pode (ser o) dinheiro?”. Silas concluiu: “Pode. Estou orando que não seja”. A oração não funcionou. A prisão foi mesmo por causa do dinheiro.
Há dez anos, Silas é réu em um processo que corre em segredo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2009, também foi denunciado por falsidade ideológica e uso de um RG falso em procurações e alterações de contratos sociais de uma empresa da qual era sócio. Se for condenado, perde o mandato e pode pegar até cinco anos de prisão.
Silas e Antônia têm quatro filhos. Os mais velhos dirigem a TV Boas Novas e uma rede de rádio no Amazonas e no Acre. É o maior conglomerado de comunicação evangélica do Norte, mas Silas e Antônia não constam como dirigentes. Segundo a PF, o casal usava as emissoras ilegalmente para fazer campanha. Silas cometeu outras ilegalidades que podem resultar em cassação. Entre elas, permitiu que a mulher usasse um celular da Câmara na campanha.
Questionado sobre as denúncias, o casal respondeu por meio de uma nota única, como se fosse uma entidade. Eles dizem que o dinheiro apreendido com os filhos não era deles. Sobre o processo no STF, Silas alega inocência. “As acusações têm origem em denúncias absolutamente improcedentes, maquinadas há mais de dez anos por adversário político com interesses paroquiais”, diz.

Revista Época
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI208946-15223,00-O+CASAL+ENCRENCA+DA+CAMARA.html

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CGADB e CPAD – PRESTAÇÃO DE CONTAS EXIGIDAS


“Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência”. [Romanos 13.3-5]

Em 30/06/2010 vários pastores de diferentes convenções estaduais recorreram ao judiciário – Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – exigindo que o representante legal da CONVENÇÃO GERAL DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS NO BRASIL – CGADB, pastor JOSÉ WELLINGTON BEZERRA DA COSTA, realize a prestação de contas da instituição. Inicialmente vários blogs noticiaram e comentaram o fato. Após o andamento inicial, inclusive com a notificação e manifestação da parte ré, o juiz, Dr. LUIS CARLOS NEVES VELOSO, proferiu despacho, em 31/01/2011, requerendo que as partes: 1) especifiquem as provas que pretendem produzir; 2) informem, ainda, se tem interesse na conciliação. Sendo que isto indica que em breve será emitido posicionamento sobre o caso. Mesmo considerando que vários recursos são admitidos ao longo de sua tramitação, o que significa que uma decisão definitiva só será conhecida em alguns anos – exceto se houver acordo (conciliação) entre as partes –, desde já a igreja estará pagando pelos graves erros daqueles que estão em posição de liderança e, portanto, deveriam ser bom exemplo na Casa do Senhor.

No ano de seu centenário a AD vive o que poderíamos considerar a pior crise moral de toda sua história. Presente em todos os estados, e talvez em todas as cidades (100%), do Brasil a instituição pode ter se tornado, tanto na percepção dos de “dentro” quanto dos de “fora”, sinônimo de confusão, desordem e falta de reverência com a Obra do Senhor – além, é claro, da explícita falta de comunhão. Para citar apenas o caso mais comentado neste início de ano de 2011, vale lembrar a situação da AD em São José dos Campos – SP, onde, segundo relatado por várias fontes, em 2009 a igreja foi “vendida” ao empresário, e pastor da chamada igreja mãe em Belém do Pará, Samuel Câmara em troca do pagamento de uma dívida milionária de aproximadamente quatro milhões de reais, sendo que o ex-pastor deveria receber uma pensão mensal vitalícia no valor de R$ 15.000,00 como parte do negócio (acordo). Desta forma o pastor Câmara passou a ser o presidente da AD de S. José dos Campos – SP, ampliando os limites do reinado da família Câmara que já controla a AD nos estados do Amazonas e Pará. No entanto, o pastor Luiz Sellari arrependido do negócio que havia feito ingressou na justiça pedindo a igreja de volta e o afastamento do pastor Samuel, sendo que a justiça concedeu liminar determinando o afastamento do referido pastor, que em seguido “derrubou” a liminar e continua soberano. Segundo dizem, o negócio foi feito como forma de vingança após um desentendimento do pastor Luiz Sellari com o pastor JOSÉ WELLINGTON, e nada poderia ser mais apropriado do que trazer o pastor Samuel Câmara pra dentro do quintal do pastor Wellington, uma vez que os dois são inimigos mortais.

Voltando ao processo da CGADB clique neste número 0016499-84.2010.8.19.0202 para consultar e acompanhar o seu andamento.

O assunto da lição de nº 4 que estudamos na Escola Bíblica no dia 23/01/2011 foi muito apropriado – como aprendizado – ao momento em que vivemos, sob o título “O PODER IRRESISTÍVEL DA COMUNHÃO NA IGREJA”, Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2011 – CPAD – Jovens e Adultos. Dentre outras coisas aprendemos a definição do termo comunhão, que pode ser entendido, de acordo com o Dicionário Aurélio, como sendo: “Conjunto daqueles que comungam os mesmos ideais, crenças ou opiniões; comunidade”. No âmbito da igreja, ou melhor ainda, no âmbito espiritual, a comunhão entre os crentes, de fato, tem um poder irresistível e é fator determinante para o êxito ou a derrota da igreja. Como forma de reforçar esse entendimento vale citar a definição de comungar, que também quer dizer: “ligar-se, unir-se” (Dicionário Aurélio). Desta forma vemos que, embora, conheçamos muito bem o caminho a ser trilhado estamos caminhando às margens, uma vez que desprezamos um dos princípios bíblicos básicos da vida cristã, esquecendo-se de que a comunhão é uma das evidências da presença e ação do Espírito Santo no meio da Igreja de Cristo. Uma das maiores provas do bom êxito da Igreja Primitiva, tendo como causa primária a comunhão, está registrado no capítulo 4 de Atos, onde consta que após, Pedro e João, serem ameaçados para não mais ensinar e falar em nome Jesus, o povo uniu-se em oração (At. 4.24) e, terminada a oração foram cheios do Espírito Santo “e era um o coração e a alma da multidão dos que criam”, e desta forma os apóstolos, com grande poder, continuaram testemunhando da ressurreição do Senhor Jesus, sendo que em todos eles havia abundante graça (At. 4.32-33).
Se todos aqueles que pertencem à AD comungassem dos mesmos ideais e objetivos, proclamação da Palavra de Deus e a expansão de Seu Reino, certamente não haveria tempo de se criar tanta dissensão.

Que a plena comunhão expressada pelo “vínculo de unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo” (Dicionário Teológico, CPAD, citado por Claudionor de Andrade. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2011 – CPAD) seja realidade em nossas vidas. No entanto, conforme está escrito em 1 João 1.7, isto só é possível àqueles que andam na luz de Deus, afirmando, ainda, que se confessarmos à Ele os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça [1 João 1.9].

Edson Leite