quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

REQUIÃO, TIRIRICA E A BANCADA EVANGÉLICA


O governo Dilma começou tendo um “grande desafio” pela frente, isto é, a aprovação no Congresso Nacional do novo valor do salário mínimo. Na Câmara a proposta governista de R$ 545,00 passou com folga e evidenciou o que todos nós já deveríamos saber, ou seja, que a tal da Bancada Evangélica não existe e que os interesses pessoais sobrepujam os interesses coletivos – neste caso em especial as pessoas mais pobres que dependem do salário mínimo para sobreviver. Mas uma coisa chama-nos a atenção nesta votação. Todos os deputados evangélicos votaram segundo orientação de seus partidos, a maioria votou na proposta do governo, com exceção dos evangélicos tucanos cuja proposta do PSDB era de R$ 600,00. No entanto, o palhaço Tiririca, que não é evangélico, não acatou a orientação do seu partido e votou contra a proposta de R$ 545,00 da presidenta Dilma e, segundo noticiado pela imprensa, assim que terminou de votar Tiririca foi cercado pelos companheiros de partido, que, na tentativa de amenizar as coisas afirmavam que o novato parlamentar havia se atrapalhado e errado o voto, isto é, mesmo pensando no “SIM” apertou o “NÃO”. Só que o próprio Everardo (Tiririca) tratou de confirmar que sua intenção era mesmo a opção “NÃO” acrescentando que ele vota com o povo.
Para a votação no Senado, o senador paranaense Roberto Requião, cujo partido é o PMDB o mesmo do vice-presidente Michel Temer, criticou duramente os deputados que votaram favoravelmente à proposta do governo e declarou que irá votar na proposta que prevê o valor de R$ 560,00 para o mínimo.

"O pessoal diz que a Câmara foi violentada. Não foi. Ela não se deu o respeito, não criticou, não raciocinou e votou na esperança da manutenção das emendas parlamentares e da nomeação de cargos no governo."
"Eu não faço oposição à Dilma e não aceito retaliação. Aliás, a única possibilidade que teriam de me retaliar seria tirar a Dilma do governo, que foi a minha única indicação para o governo federal. Não indiquei mais ninguém. E nem vou indicar." [Roberto Requião, segundo o blog Conexão Brasília, comentando sobre seu posicionamento de votar na proposta de R$ 560,00 para o salário mínimo]

Possível condição de analfabeto com consequente falta de capacidade em distinguir o “SIM” do “NÃO” e o discurso demagogo – o certo é que os deputados evangélicos foram superados por alguém sem nenhum grau de instrução que até pouco tempo atrás carregava fama de quem só sabia fazer palhaçadas, pois demonstrou que está mais sensível às causas dos menos favorecidos. O salário mínimo representa o único meio de sobrevivência para milhões de brasileiros, principalmente aposentados do INSS e, por isso, cada real de reajuste concedido ao mínimo causa um enorme baque no orçamento do governo federal. No entanto, sobra somente aos aposentados que ganham salário mínimo o fardo pesado de se fazer economia e reduzir o gasto público. Enquanto isso a farra (gasto desenfreado) daqueles que votam a favor de um salário de R$ 545,00 aumenta cada vez mais. Aí, somos obrigados a concordar com a fala do ex-governador do Paraná, e atual senador Roberto Requião, de que os deputados não se deram o respeito, não raciocinaram e votaram na intenção de barganhar a nomeação de apadrinhados em cargos públicos.

Não há expectativas de que este quadro mude. Somente a certeza de um dia irmos morar com Cristo é que nos impulsiona seguir firmes sem se deixar levar pelas coisas deste mundo.

Edson Leite

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