sábado, 21 de agosto de 2010

“COISA ESPANTOSA E HORRENDA SE ANDA FAZENDO NA TERRA”


(Um dia desses em plena escola dominical enquanto fazia a introdução de sua aula o professor – que é pastor de outro estado e havia sido convidado para pregar em um evento em Araucária – fez a seguinte afirmação: “o meu pastor presidente faz muitas coisas que acho erradas, mas por questão de hierarquia concordo com ele mesmo assim, pois discordar de quem está na liderança significa rebeldia, então como sou obediente onde o meu pastor riscar eu corto”)

O texto abaixo é uma boa ilustração do momento que vivemos, onde pessoas tentam legitimar atitudes errôneas sob a alegação de serem os “ungidos”, e por isso se consideram intocáveis, pessoas acima do bem e do mal.

O autor do texto é o Pb. Cristiano Santana. Para conhecer o seu perfil completo acesse seu blog no link abaixo:
Obs.: O texto teve algumas partes suprimidas, para ler na íntegra acesse o link abaixo:

http://cristisantana.blogspot.com/2010/08/o-que-o-profeta-jeremias-diria-se-deus.html


Por Cristiano Santana

"Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?" Jeremias 5:30,31

Não obstante Jeremias ter profetizado há mais ou menos 2.500 anos, é impressionante como a sua mensagem continua atual, em certos aspectos. Se por um milagre divino, esse profeta fosse transposto para a nossa época, com certeza absoluta ele proferia essas mesmas palavras, com pequenas variações que em nada afetariam a essência da denúncia. "Profetas" seriam substituídos por "pregadores" e "sacerdotes" sejam substituídos por pastores.

Os profetas (pregadores) profetizam falsamente

Os programas de televisão, as igrejas, os megaeventos evangelísticos, estão repletos de pregadores dessa espécie, homens que não tem o mínimo escrúpulo de contar mentiras aos seus ouvintes. Em outros casos, é impossível que sintam tal repreensão da consciência, pois suas mentes estão tão cauterizadas que acabam acreditando piamente que suas palavras tem origem divina. Eles dizem "paz, paz", quando não há paz. De suas bocas fluem apenas palavras agradáveis, que afagam o ego de pecadores contumazes, intensificando-lhes a ilusão de que estão sob o favor divino.

Onde acharemos os verdadeiros profetas? Nos mega-eventos das Igrejas Evangélicas Brasil afora? Não, Não e Não! Os pregadores convidados para esses eventos raramente estão compromissados com a verdade!

Os sacerdotes(pastores) dominam por intermédio deles

Verifica-se aqui um verdadeiro conluio para lesar o povo ignorante. A tradução literal dessa passagem poderia ser "dominam de acordo com as suas mãos". O homem sábio aceita o testemunho de Deus sobre a inclinação humana ao pecado. Ele julga a si próprio pela Palavra de Deus e não pelas palavras bajuladores daqueles que o rodeia. Pastores carnais, pelo contrário, rendessem às palavras açucaradas daqueles que se julgam oráculos de Deus, os quais nada mais desejam do que angariarem favores através de suas palavras lijonjeadoras. O líder caído então vislumbra a possibilidade de usar a influência do profeta para legitimar sua fraude, o seu embuste. O ímpio rei Acabe e outros reis de Israel astutamente cercaram-se desse tipo de gente. É muito mais fácil conduzir o povo quando as ordens se revestem de uma pretensa autoridade divina, quando o profeta procura autenticar todos os atos do pastor como se fossem os atos do ungido de Deus, inerrante, intocável, infalível. O artifício tem resultados mais satisfatórios quando maldições aterrorizantes são pronunciadas contra aqueles que desobedecerem, ou quando bençãos maravilhosas são prometidas aqueles que alegremente obedecerem ao ungido.

E o meu povo assim o deseja

Tudo isso seria menos trágico se notássemos que as massas se submetessem a esse estado de coisas contra a sua vontade. Ah! Se fosse assim...Mas como a realidade é assustadoramente diversa! O povo ama a alienação, se delicia com as palavras do ungido e com o "rolo que é desenrolado" pelo profeta, com o "manto de mistério". O ópio alucinógeno da religião que transporta as pessoas ao mundo da fantasia é muito mais desejável do que a realidade nua e crua; a realidade de nossas imperfeições, de nossos dramas e problemas.

A realidade é um balde de água fria na festa dos adoradores de baal. É isso que o povo deseja: falsas promessas, bajulações, promessas de vitória sobre todas as circunstâncias, triunfo sobre todos os males do mundo, gritos de euforia. É disso que o povo gosta: pão e circo.

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